
Cá estava eu mexendo no celular quando recebo uma notificação que recebi um presente na Steam de um dos meus amigos. Vou conferir o que ele me deu dessa vez e era A Game About Digging A Hole. Imediatamente, eu mando uma mensagem uma mensagem para o meu amigo e pergunto “Que diabos é A Game About Digging A Hole?”. Ele com toda tranquilidade me responde “Ora, é um jogo sobre cavar um buraco!”. Então eu vou lá, instalo A Game About Digging A Hole e, vejam só, era um jogo sobre cavar um buraco. Fascinante!
O jogo abre com um corretor de imóveis fixando o anúncio de uma casa à venda pela bagatela de dez mil dólares. Além disso, no anúncio diz que há um tesouro enterrado no quintal da casa. O protagonista decide comprá-la e chegando no local encontra uma caixa de presente. Nela há um tipo de pá eletrônica que explode quando fica sem bateria e alguns detectores para ajudá-lo a encontrar o tesouro. Sem mais firulas você assume o controle do personagem e começa a cavar.
Isso é tudo, pessoal!
Ok, tem umas coisinhas mais. A Game About Digging A Hole não é apenas um daqueles idle games para você se distrair no meio de uma fila ou no ônibus. Os controles são de fato simples, você anda com o teclado, usa o mouse para cavar e também pode pular com a barra de espaço. Como mostrado na intro, a pá do personagem tem uma bateria e você não pode deixar que ela se esgote. Para isso você tem que voltar até sua garagem e recarregá-la. Para tal você usa dinheiro adquirido vendendo os minérios que você encontra durante a escavação. Você também pode encontrar malas e câmaras soterradas que te dão dinheiro e itens.

O mesmo dinheiro pode ser utilizado para melhorar seus equipamentos, incluindo um jet pack que te ajuda a subir mais rápido quando o buraco começa a ficar muito fundo. Também tem alguns itens que você pode comprar para te ajudar na escavação, como dinamites para destruir algumas pedras e também lâmpadas. Além de vigiar a bateria, você também precisa prestar atenção na vida do protagonista que recebe danos ao cair de grandes alturas ou ao encostar nas pedras vulcânicas.
A Game About Digging A Hole é um jogo um pouco mais complexo do que um desses clickers que você acha aos montes na internet. Ao mesmo tempo, ele mantém uma gameplay minimalista. Muito minimalista. Absurdamente minimalista. Porém eu diria que é um minimalismo que altamente eficiente porque eu sentei para jogar e não parei até achar o maldito tesouro. Comecei achando que seria algo bem bobinho e logo estava 100% engajado na proposta. É como se jogo ativasse aquele instinto masculino de cavar um buraco sem qualquer motivo aparente.
Falo sem exageros que esse foi um dos jogos que eu mais gostei até o momento em 2025. Porque é um jogo honesto! Ele não tenta ser muito mais do que ele próprio te diz e acho até um tanto ridículo algumas reviews-comentários que vi na Steam criticando o jogo pela sua duração e por não ter mecânicas complexas. Como falei recentemente sobre um fangame de Cavaleiros do Zodíaco, é justamente essa simplicidade que dá charme ao jogo.
Obviamente não será candidato ao GOTY – até porque não queremos o gamer dando outro ataque de pelancas – e está longe de ser um daqueles jogos que entre nos Top 10 da vida. Mas A Game About Digging A Hole é um bom jogo dentro da sua proposta. E sinceramente, precisamos de mais coisas assim. Eu fico com a impressão que vídeo game se tornou uma mídia em que complexidade não é uma demanda, é quase um fetiche. O jogo precisa se lotar de conteúdo e mecânicas não porque isso torna a experiência melhor, mas para convencer o jogador que aquilo vai valer os três dígitos que ele está pagando. Felizmente o subestimado mundo dos jogos indie e seus correlatos ainda existe para dar vazão a títulos que nadam contra essa maré da indústria.
A gente não precisa de um AAA toda semana com gráficos ultrarrealistas, dezenas de horas de gameplay, centenas de side quests e colecionáveis, com quase um terço do jogo se passando em cutscenes e milhares de diálogos que serão pulados ou esquecidos. Às vezes a gente só precisa de um jogo sobre cavar um buraco para ter um pouquinho de diversão. Ainda mais numa comunidade que precisa se esforçar todo mês para gostar de vídeo game.
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