Em Memória à Satoshi Kon são seis textos da obra desse fantástico diretor que escrevi e agora decidi fazer uns comentários sobre a série

Ok, calma. Esse não é um mais um capítulo extra que resolvi adicionar de última hora na minha Em Memória à Satoshi Kon, sobre um dos grandes diretores da história da animação. Bom… mais ou menos! Dá até para interpretar como um capítulo extra, mas eu encaro mais como o equivalente daquelas versões de filmes com comentários.

A série está de fato encerrada e já tenho em mente quais serão meus próximos projetos para o Backlogger. Então tudo que eu fiz abaixo foi listar os textos que eu escrevi nesses últimos meses ao revisitar a obra do Satoshi Kon. Minha intenção é deixar um compilado para facilitar quem um dia for pesquisar essa minissérie no blog, se é que essas pessoa existe ou existirá, e também porque quero deixar alguns comentários meus a respeito dos textos.

Então, sem mais delongas, vamos para a lista:


1. AS COINCIDÊNCIAS MILAGROSAS DE TOKYO GODFATHERS

Tokyo Godfather é o terceiro longa-metragem de Satoshi Kon, uma bela história de Natal sobre família e coincidências milagrosas

O plano inicial era estrear a série com outro texto, porém para aproveitar a data eu resolvi colocar Tokyo Godfathers na frente. O que chega a ser um pouco simbólico, já que esse segue sendo meu filme favorito do Satoshi então é uma boa começar por ele. Acho que dentre todos os que eu escrevi é o que se encaixa melhor como uma crítica formal ao filme, explorando o tema das coincidências que marca sua narrativa.

Gostei bastante da crítica, mas confesso que não é um dos meus textos favoritos da série. Não é por questões de qualidade, acho até que é um dos melhores que já escrevi, só que foi uma aposta muitíssimo segura. Tanto para escrever quanto sobre do que escrever. Esse sou eu falando de um filme que eu gosto muito então o resultado já era o esperado.

De qualquer forma, julgo que consegui transmitir todos os sentimentos que tenho pelo filme então vale a pena a leitura. Eu acho isso de todos os textos, mas o que vale é a intenção!


2. PARANOIA AGENT E O LADO SOMBRIO DO ESCAPISMO

Animê de Paranoia Agent criado por Satoshi Kon

Paranoia Agent é o responsável por existir Em Memória à Satoshi Kon. Eu idealizei a série justamente depois que eu o assisti, já que até então era a última animação do Satoshi que me faltava. Então é um texto que eu tenho um carinho por motivar o projeto, porém acho que gosto dele mais na teoria do que na prática.

De novo, não tem nada a ver com a qualidade. De novo², considero um dos melhores que eu já escrevi. Apenas sei que é um texto que poucas pessoas se darão o trabalho de ler até o fim já que ele é muito extenso. Cobri cada um dos 13 episódios do animê e particularmente adorei minha leitura sobre o personagem do Shonen Bat e as discussões que a história levanta.

Tenho certeza que se fosse um podcast ou um vídeo teria mais chances do pessoal dar uma conferida. Mas para aqueles que tiveram paciência e força de vontade de ler até o final, ficam aqui meus sinceros agradecimentos.


3. A VIDA E A ARTE EM MILLENNIUM ACTRESS

Millennium Actress é uma das mais fantásticas obras de Satoshi Kom, um filme que conta a história da vida da atriz Chyoko Fujiwara bem como a história do Japão dos anos 40 e 50 através do cinema

Aquelas pequenas ironias da vida. Millennium Actress é a minha segunda obra favorita do Satoshi Kon, porém esse é meu texto favorito dessa série. A ideia original era fazer outra crítica, contudo depois eu concluí que o filme poderia ser uma ferramenta para algo maior que ele e aí mudei para um artigo.

Não precisa conhecer muito do Satoshi Kon para saber que ele era alguém com uma profunda admiração pelo cinema. Mas ainda que exista qualquer dúvida, basta assistir Millennium Actress. Aqui ele não dá apenas um show de narrativa, tanto visual quanto de roteiro, mas demonstra como a arte é um elemento fundamental da nossa vida e está totalmente atrelada a nossa história e a do mundo.

Não sei se esse é um texto que faz jus a grandiosidade desse texto, mas espero que motive mais pessoas a assisti-lo. Tenho a impressão que não se fala tanto de Millennium Actress como se deveria falar, então fica aí minha contribuição.


4. (TENTANDO) ENTENDER O ARTISTA ATRAVÉS DE PERFECT BLUE

Perfect Blue foi o primeiro filme dirigido pelo Satoshi Kon e pra mim serve como uma curiosa obra para se tentar entender a mente desse artista

Esse é um texto que fico um tanto receoso porque talvez as pessoas se decepcionem ao abri-lo. Porque nele eu falo muito mais sobre o Satoshi Kon do que seu filme, Perfect Blue. E, de verdade, não me arrependo nem um pouco porque foi uma discussão que eu gostei bastante de levanta.

A internet está sempre repetindo o velho e conhecido mantra de “separar o autor da sua obra” por questões de controvérsias envolvendo os artistas, mas aqui eu proponho o oposto. Não é nenhuma defesa do uso da intenção do autor na leitura de uma mídia – vocês sabem o que penso disso – e sim, como ilustro no título, uma tentativa de entender esses autores pelas obras que eles nos deixam. Seja para bem, seja para o mal.

Tem até uns comentários sobre Perfect Blue aqui e ali, mas melhor deixar avisado que ele acabou se tornando figurante no seu próprio texto.


5. ACHO QUE FUI UM POUCO DURO COM VOCÊ, PAPRIKA!

Paprika, último filme lançado por Satoshi Kon antes da sua morte, aborda a nossa relação com sonhos e nosso subconsciente

Esse foi um filme que me preocupou. Filme, não texto. As memórias que eu tinha de assistir Paprika não eram das mais otimistas. Eu só lembrava que essa era uma animação que eu não gostei muito quando a vi no auge da minha adolescência. E é por isso que o texto acabou ficando interessante (para mim) porque a minha experiência ao rever Paprika causou uma reação oposta ao que imaginava.

Acho que é até um forçar um pouco a barra em classificar esse texto como crítica. Porque claramente o objeto de estudo não é o filme e sim eu. Ele acaba se tornando um relato pessoal de como é bom revisitar umas obras do seu passado, incluindo aquelas que você um dia não gostou.

Sirvo aí de prova de como é possível ter sua percepção de um filme completamente alterada, para melhor, com o passar dos anos com a chegada da sabedoria.


6. UM MANGÁ, UM FILME E UM MANGÁ/FILME

Magnetic Rose, primeiro segmento da antologia animada Memories, produzida por Katsuhiro Otomo

O texto que inicialmente não faria parte de Em Memória à Satoshi Kon. Esse foi um capítulo extra que acrescentei a série e que serve como uma extensão daquela discussão que abri em Perfect Blue. Em vez de me aprofundar nessas obras, eu as utilizo para demonstrar como o Satoshi foi evoluindo antes de chegarmos ao momento em que a maioria de nós o conheceu, como diretor de animações.

Também serve como uma pequena lista de recomendação, para quem tiver curiosidade de ver outras coisas na qual o Satoshi Kon se envolveu e conseguem ser menos comentadas que Millennium Actress. Ao meu ver, pelo menos.

Não foi nenhum “fechar com chave de ouro”, mas acho que ficou como uma boa adição para a série. Não vai machucar ninguém conhecer um pouco mais do trabalho do Satoshi e recomendo fortemente que façam isso. É um talento que merece ser lembrado e reverenciado, pois ele fez tanto em tão pouco tempo que ficou entre nós.

Mais uma vez: obrigado por tudo, Satoshi Kon!


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