Fui possuído pelo ritmo kaiju!

No último mês fiquei viciado em filmes de kaiju e agora não consigo mais parar
Me desculpem se eu tenho muito mais cultura que vocês!

Eu sofro de espasmos. Mas não são espasmos físicos e sim “culturais”. O que eu quero dizer com isso é que com frequência acontece de eu estar quieto no meu canto e de repente me dar um tremelique seguido de uma vontade incontrolável de assistir um tipo de obra específica por motivos não tão aparentes. Assumindo que tem alguém que me acompanha aqui de longa data, vocês já viram isso acontecer. Meses atrás eu acabei assistindo mais de 20 filmes swashbucklers diferentes quando me bateu vontade de assistir A Máscara do Zorro.

Pois bem… aconteceu de novo! No último mês me peguei dançando sem parar no ritmo kaiju.

Um tempo atrás eu tomei a decisão de que finalmente assistiria o King Kong original, produzido na década de 30. Que por sua vez criou uma espiral paralela em que fui assistir filmes do expressionismo alemão que eu nem sei como aconteceu. Enfim, uma vez que assisti e gostei imensamente de King Kong pensei que seria uma boa oportunidade para procurar filmes de outros monstros gigantes que eu ouvi comentar aqui e ali ao longo da minha vida.

Escolhi quatro produções americanas dos tempos do cinema em preto e branco: O Monstro do Mar, O Mundo em Perigo, O Monstro do Mar Revolto e Tarântula. Porém eu não fiquei saciado e pensei que talvez estivesse faltando tempero. Portanto adicionei um pouco de kaiju na mistura. Favor não confundir com a fruta caju que eu abomino do fundo do meu coração e se um dia eu puder me livrar de todo e qualquer cajueiro eu o farei com muito gosto. No passado eu já havia assistido dois: o Godzilla clássico de 1954 e Shin Godzilla. Só que não queria focar apenas nesse personagem, então junto de The Return of Godzilla e Godzilla x Biollante e coloquei ali no meio um Rodan, uma Mothra e um Gamera.

Numa sequência meio que involuntária por não estar nos meus planos iniciais, acabei indo assistir Godzilla Minus One no cinema com um amigo meme um amigo no cinema. Fechado todos os itens dessa lista eu dei a minha viagem pelo universo dos monstros gigantes encerrada.

Tive a intenção explorando as perspectivas americana e japonesa em relação ao uso desses monstros no cinema, mas surgiram contratempos que me impedira de me dedicar ao blog. Inclusive estou até hoje com um monte de texto no backlog para escrever. Como eu já não estava mais assistindo outros filmes de kaiju, acabei engavetando a ideia. E lá ela ficaria se um determinado sujeito não tivesse surgido na minha vida: Ilha Kaiju. Esse cara é um sem-vergonha, um canalha, um cafajeste, um, um... UM ALICIADOR DE MENINOS INOCENTES DE 30 ANOS QUE SÓ TINHAM UMA CURIOSIDADE MODERADA SOBRE MONSTRINHO GIGANTE!!!

Ok, falando sério agora. O Rafael, dono do canal Ilha Kaiju, já foi citado por aqui naquele meu texto de Kamen Rider Black. Recaptiulando, ele é doutor em História, Teoria e Crítica de Arte e fala muito sobre mangás, animês, tokusatsu entre outras coisas em vídeos de alguns pirulas de duração. Como trabalho em casa, tenho costume de deixar vídeos mais longos tocando no fundo sempre que estou numa das minhas tarefas mais robóticas. Então calhei de assistir uma playlist dele na qual o Rafael cobre praticamente toda filmografia do Godzilla, o que inclui os filmes recentes americanos.

Narrador: it was at tnis moment he knew he fucked up!

Essa sua maldita, MALDITA playlist, Rafael – eu falando como se ele fosse aparecer aqui pelo blog – me causou outro espasmo cultural. Fiquei curioso com alguns dos filmes que ele citou, em especial Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack, e quando dei por mim a caixa de Pandora já tinha sido aberta. Esses não eram os únicos vídeos no Ilha Kaiju sobre o tema então me vi indo atrás de coisas a trilogia da era Heisei do Gamera e uma trilogia da década de 60 de um personagem chamado Daimajin.

Assim eu comecei a ir para frente para trás na cronologia dos filmes de kaiju e passei a procurar até mesmos aqueles o Rafael não chegou a citar. Na noite em que iniciei este texto eu havia terminado de assistir Gappa. E por que eu estava assistindo Gappa? Porque na semana anterior eu tinha assistido Gorgo. E por que eu fui ver Gorgo? Porque era um filme britânico de 1961 que aplicava várias das técnicas utilizadas na cinematografia dos filmes tokusatsu. Uma coisa vai puxando a outra, às vezes até mesmo quando não existe algum elo entre os títulos. Tanto que nesse intervalo aí eu também peguei para assistir A Bolha Assassina, a versão original de 1958 que eu assisti apenas o remake do final da década de 50.

Isso não vai parar tão cedo, pelo visto. Porque, vejam só, tem uma pasta aberta aqui no meu computador com o nome de ‘Filmes Kaiju’. No momento, dentro dela se encontram dois filmes de uma releitura kaiju que fizeram do Frankenstein, Pulgasari e todos os filmes do Godzilla da chamada era Millennium com exceção do GMK que eu já assisti. Mas asseguro que com toda certeza eu não estou viciado em filmes de kaiju.

EU POSSO PARAR QUANDO EU QUISER!

Mentira!
Eu não posso.
Mandem ajuda. Depressa!
Somebody saaaaaaaaave me!!!

Mas aproveito esse momento para adiantar que possivelmente teremos uma leva de textos aqui no blog no futuro. Eu tenho muitas coisas que quero falar em diferentes perspectivas e tenho muita vergonha da minha voz para montar um podcast para isso. Devo iniciar assim que conseguir terminar a minha minissérie sobre a obra de Satoshi Kon que ganhou um capítulo extra depois da crítica sobre Páprika. Já tenho várias ideias anotadas que levará um bom tempo para colocar tudo no papel, então tenham paciência comigo. Alguns dos tópicos que tenho em mente:

  • O já citado texto sobre as perspectivas americana e japonesa com filmes de monstros gigantes. Será um ensaio beeeeem longo onde devo falar dos primeiros filmes, com exceção de King Kong porque ele foi produzido em outro contexto, que me fizeram cair nesse buraco dos kaiju;
  • Uma lista de três trilogias (Daimajin,Gamera e Mothra) passando minhas impressões dos nove filmes. Não devo me aprofundar muito porque vai ser algo mais voltado para recomendação dessas obras;
  • Um artigo com Gamera the Brave compartilhando minha perspectiva de como esse é o filme que melhor mostra porque é tão legal assistir filmes de kaiju;
  • Ainda não decidi se será uma crítica ou um artigo normal, mas devo escrever algo sobre a cinematografia de Gorgo. Minha ideia é mostrar como as técnicas do tokusatsu são um componente fundamental para esses filmes e que é muito pouco explorada no cinema ocidental moderno que se apoia demais em CGI;
  • Por fim, mas pode ser que ainda surjam outras ideias, vou fazer um apanhado geral da era Millenium do Godzilla para mostrar como o MCU, e por extensão os filmes de heróis atuais, poderia aprender bastante com esses filmes.

É bem possível que eu faça mais outros textos então nem vou dizer que isso aí é uma série. O blog não irá se converter para falar apenas sobre filmes de kaiju, vou intercalar esses textos com outros e por isso imagino que vai levar talvez um ano ou mais pra escrever tudo.

Agora se me dão licença, lembrei que eu não baixei Godzilla vs Mothra!


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