O Superman do James Gunn é a melhor resposta ao MCU

Cena do filme de Superman (2025) dirigido pelo James Gunn. Superman está na Fortaleza da Solidão brigando com Krypto enquanto um dos seus robôs os observam

Estou desde onde pensando se eu tenho algo para falar do Superman do James Gunn. Eu achei um ótimo filme, um dos melhores filmes de super-herói desses últimos anos. Eu preciso vir aqui falar que o filme é bom e que vocês deveriam ver? Existe qualquer necessidade de recomendar o filme do Superman?! Óbvio que não! Mesmo que o filme fosse desastroso isso não faria ninguém mudar de ideia, afinal é a porra do filme do Superman, um dos maiores super-heróis da história dos quadrinhos. Então eu só ia deixar quieto, tem dúzias de reviews no YouTube que fazem um trabalho muito melhor do que o meu. Mas aí lembrei de do meu texto de Deadpool & Wolverine!

Num único parágrafo eu resumo as minhas impressões do filme com uma concisão que raramente eu consigo ter nas coisas que eu escrevo:

É um roteiro sólido com sequências de ação são suficientemente empolgantes. Ryan Reynolds e mais ainda o Hugh Jackman estão bem confortáveis em seus respectivos personagens que interpretam há anos com seus altos e baixos. Além isso, são dois atores muito entrosados cuja química sustenta o filme do começo ao fim. Inclusive eu acho que seria melhor se tivéssemos apenas os dois num “road movie” clássicão, vindo diretamente de uma comédia do anos 80/90. Porém vivemos num mundo pós Vingadores: Ultimato que demanda um carnaval de personagens ao redor. Tem boas piadas, até uns momentos dramáticos que funcionam e está longe de ser um filme ruim.

Lá eu também relato que apesar de ter total consciência que eu gostei e me diverti com o filme, algo parecia fora do lugar. Depois de muito refletir, a conclusão que cheguei foi que o meu problema vinha do fato que Deadpool & Wolverine faziam parte do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Por conta disso, muitas das escolhas do filme pareciam calculadas para integrar aquele universo, algo que deixava até as piadas mais artificiais. Deadpool só foi trazido para o MCU porque já tinha sido devidamente testado em dois outros filmes. Além disso, trouxeram o Hugh Jackman para interpretar o Wolverine de novo. Tem uma escolha mais segura e mais descarada de “sabemos que vai dar dinheiro” do que essa?

Nesses últimos tempos eu percebi que eu não tenho um problema exatamente com os filmes do MCU. O que eu enjoei de fato foi da própria ideia do MCU. É esse negócio de que cada filme, e agora cada série, precisa ser um tijolinho que se encaixe direitinho nesse grande universo de super-heróis. Não só me dá uma canseira como eu acho que limita demais o potencial que tais obras poderiam ter. Personagens precisam ser introduzidos, testados e até desenvolvidos de forma que não impactem os planos para os filmes seguintes. E aí chega o Superman do James Gunn.

O que eu mais gostei no filme não foi a história, os temas, a relação do Superman com a Lois, as cenas de ação, a trilha sonora, o tom e nem a cinematografia. Mas isso tudo é bem bom. O que eu mais gostei foi quando apareceram na trama o Lanterna Verde, a Mulher-Gavião e o Sr. Incrível. Ah sim, o Krypto também só que ele já chega bem mais cedo que os outros personagens.

Cena do filme de Superman mostrando o Guy Gardner (Lanterna Verde), Mulher Gavião e o Sr. Incrível

Esses três personagens chegam quase que despretensiosamente para ajudar o Superman a lutar contra um monstro gigante atacando Metropolis e o filme os trata com uma parte natural daquele universo. Não há grandes apresentações, eles não tiram o foco do arco do Superman, mas eles estão lá, tem sua importância na trama e quando tudo termina você sai pensando “que turminha do barulho”. Aliás, tem que fazer um elogio pro James Gunn ao vingar o Edi Gathegi – ator que interpreta o Sr. Incrível em Superman – depois que X-Men: Primeira Classe desperdiçou o personagem do Darwin.

Eu saí do cinema com a sensação que eu acabara de ler um gibizinho da semana da DC. Porque é exatamente isso que o Superman do James Gunn é. Uma história que acontece dentro desse gigantesco universo de super-heróis e que tem seu começo, seu meio e seu fim. Se quiserem usar essa mesma versão do Superman no futuro, eles podem. Ou não! Se quiserem explorar o Lanterna Verde, a Mulher-Gavião ou o Sr. Incrível numa outra história que nada tem a ver com esse filme, eles também podem. Ou não! Se quiser trazer o Flash, a Mulher-Maravilha, o Batman, o Caçador de Marte, outro Lanterna Verde, o Aquaman, o Homem-Borracha, a Zatanna, o Shazam, o Arqueiro Verde, a Canário Negro, quem eles quiserem, eles podem para caralho. Ou não!

A mitologia de todos esses super-heróis já está mais do que bem estabelecida na cultura pop, portanto não tem motivos para ter que ficar estabelecendo toda uma nova linha do tempo para usá-los no cinema. É só pegar um ou mais personagens, amarrá-los numa boa história e soltar no mundo, sem qualquer preocupação em interferir nos planos do filme seguinte. A gente nem mesmo precisa saber se vai haver um filme seguinte, porque não existe mais a necessidade de pavimentar a estrada para uma Liga da Justiça: Ultimato que só vai acontecer daqui 10 ou 15 anos. Só é preciso fazer um filme da hora com o Superman.

Essa é a resposta que o James Gunn dá ao MCU e é uma resposta que estávamos precisando há um bom tempo!


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