Pocket Dimension Clash 2, excelente jogo de OpenBOR feito pelo Douglas Baldan
Só puxar a marchinha aí!

Ano passado eu decidi conhecer um pouco mais sobre a engine de OpenBOR. Essa jornada resultou numa lista de 7 jogos que eu particularmente acho interesse para quem quer conhecer mais da ferramenta e sua comunidade. Entre os jogos havia dois representantes brasileiros: Caverna do Dragão, do ZVitor, e Avengers: United Battle Force, do Douglas Baldan. Também conhecido pela alcunha de O Ilusionista – que eu não sei a origem e quero manter o mistério – o Douglas é um experiente de diretor de arte e programador em jogos. Ele participa dessa comunidade de OpenBOR há bastante tempo e mais recentemente ele lançou mais uma contribuição: Pocket Dimensional Clash 2.

-> Clique aqui para baixar o jogo <-

Essa não é bem uma novidade porque já havia uma versão do Pocket Dimensional Clash 2 no perfil do Douglas, mas agora ele lançou uma nova versão que expande os personagens e fases do jogo. Na história, personagens de diferentes jogos de luta e beat’em ups surgem nos universos uns dos outros criando caos nas linhas do tempo. Forma-se então um grupo de heróis conhecidos (alguns nem tanto) que viajam por todos esses universos consertando-os da única forma democraticamente válida: porrada!

Estágio do Golden Axe em Pocket Dimensional Clash 2
Esquadrão do Tempo tá diferente

Pelo título imagina-se que essa é uma sequência outro beat’em up do Douglas, certo? Bom, mais ou menos! O Pocket Dimensional Clash original era na verdade jogo feito na conhecida engine de jogos de lutas, a M.U.G.E.N. Ele seguia esse conceito de personagens de diferentes universos tendo que se enfrentar, algo que é bem comum nos jogos dessa plataforma, mas se destacava por uma estética 8-bits e um estilo chibi que com certeza tem uma inspiraçãozinha ali de Pocket Fighter.

A primeira versão de Pocket Dimensional Clash chegou a ter um alpha, contudo tempos depois o Douglas decidiu fazer uma mudança radical de gameplay. Assim o projeto foi convertido para uma beat’em up e acabou ficando em hiato durante um longo intervalo. Mas como tempo sempre recompensa os pacientes, nos últimos meses o Douglas conseguiu retornar ao jogo e enfim lançar uma versão atualizada.

Mas chega de contexto, afinal eu sou mundialmente conhecido por ser prolixo, e vamos partir para o que interessa. Eu descrevo o Pocket Dimensional Clash 2 como um carnaval de personagens dos anos 90. Alguns deles surgiram ali na segunda metade dos anos 80, mas, como mencionei no meu texto de Blazing Chrome, essas duas décadas meio que se misturam no imaginário popular brasileiro então na prática a gente vê todos eles como do mesmo período. Você encontrará personagens, dos selecionáveis até os chefões e seus capagans, de Double Dragon, Street Fighter, Darkstalkers, Golden Axe, Captain Commando, etc. Até mesmo o Chuck D. Head de Decap Attack o Douglas deu um jeito dei inserir nessa história.

OpenBOR perfect shots

Essa é uma característica que eu já notei em outros jogos de OpenBOR que passei, como Teenage Mutant Ninja Turtles: Rescue-Palooza!, que o pessoal gosta de criar um rol extenso de personagens desbloqueáveis. Mas o que faz o Douglas se destacar é que ele não trata isso apenas como uma mudança cosmética. Dá para notar isso perfeitamente no Avengers: United Battle Force. Os personagens seguem os principais arquétipos associados ao gênero dos beat’em ups, como: All Around, Zoner, Melee, Powerhouse, Speedster.

Copiei isso descaradamente da descrição do vídeo de lançamento porque eu entendo zero disso.

Então se numa fase você ir com o Billy Lee de Double Dragon verá que é um estilo diferente do que jogar com a Tyris de Golden Axe. Que por sua vez é bem diferente do Alfred de Fatal Fury. Não são apenas poderes diferentes para fazer uma graça para audiência, eles são desenhados do ponto de vista mecânico diferentes.

Só que tem um problema é que essas categorias são um tanto mal distribuídas. Temos bastantes zoners e melee, porém de Powerhouse só tem uma opção no jogo todo que é o Hulk. Mesma coisa com o Alfred que é o único Speedster. Mas Pocket Dimensional Clash 2 ainda está em desenvolvimento, no finalzinho mesmo indica que a história terá continuação, então provavelmente teremos mais opção num futuro (distante ou próximo).

Nem gosto de Golden Axe, mas a ambientação é massa demais!

De qualquer forma, no ponto que o jogo se encontra no momento ele já garante boas doses de diversão para quem é entusiasta do OpenBOR e de beat’em ups em geral. Melhor ainda se você já estiver familiarizado com o trabalho do Douglas porque dá para ver que o cara só melhora no seu uso da engine. Em Pocket Dimensional Clash 2 ele teve mais chance de exercitar e demonstrar seu lado de diretor de arte, ao mesmo tempo evolui na jogabilidade.

Ah claro, acho importante também ressaltar uma falta gravíssima do jogo que infelizmente não dá para relevar. Uma das Tartarugas Ninjas só vem a aparecer na reta final e isso é algo que eu não consigo perdoar. Não foi legal, Douglas. Não foi legal!


Já que estamos aqui, não custa nada mais um jabázinho rápido de outro projeto do cara, né? O Douglas se juntou com uns amigos para formar a Pop Hero Games, um estúdio indie com foco em fangames. Eles estão desenvolvendo atualmente o Mighty Morphin Power Rangers – It’s Morphing Time que tudo indica que será nada menos que maravilhoso.

A Pop Hero Games abriu um Patroen se você quiser ajudá-los financeiramente. Mas se forem uns fodidos feito este que vos fala, sigam o perfil deles no Twitter e retweetem o que eles lançarem de novo sobre o projeto que a divulgação já ajuda bastante.

Agora parem de me ouvir e vão lá baixar o Pocket Dimensional Clash 2!


Backlogger precisa do seu apoio para crescer. Então, por favor, compartilhe ou deixe um comentário que isso ajuda imensamente o blog. Você também pode me seguir em outras redes como Twitter, Bluesky Tumblr. Para mais Rapidinhas clique aqui.

4 thoughts on “Pocket Dimensional Clash 2: um carnaval noventista de OpenBOR”
  1. Poxa, muito obrigado pelo artigo! Foi muito legal de ler, dei boas risadas 🙂
    Ah, vc desbloqueia o Leonardo quando vc termina o jogo. Vc consegue jogar com ele no modo Complete.

    A gente pretente colocar mais personagens de cada tipo sim. E o Hulk tem dois modos_ normal e red hulk.

    PS: meu psudônimo “O Ilusionista” era meu pseudônimo como escritor 🙂

    1. POR FAVOR COLOCA O MESTRE SPLINTER!!!!

      Mas já tá bem da hora com a quantidade de personagens, dá pra variar bastante usando um personagem diferente por página. Agora ansioso pelo jogo dos Power Rangers!

  2. Os jogos desenvolvidos na engine de OpenBOR, são a mesma “ENERGIA” e “NOSTALGIA” da era dos RPGs Maker. Muito Massa o jogo e o artigo.

    1. É bem isso mesmo, Bento! Inclusive tem até gente que usa a engine para tentar fazer jogos que destoem um pouco da gameplay típica de um beat’em up igual os projetos de jogos que não são RPG feitos no RPG Maker. Já me deparei com RPG de ação, plataforma e run ‘n gun no OpenBOR

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *