Um tempo atrás eu zerei Toren. Como parte de uma promessa que fiz a mim mesmo tempo atrás sobre jogos brasileiros, eu tinha que fazer algum texto. Para a minha infelicidade, porém, eu não sabia exatamente o que falar dele. A primeira ideia, como de costume, foi de fazer uma crítica, só que eu não tinha um tema e não gostaria de simplesmente vir aqui e dizer que esse é um jogo ruim. E sim, Toren é um jogo ruim. Podem usar o adjetivo que quiser, que ele é poético, que ele é sublime, que ele é ambicioso, mas no fim do dia continua sendo um jogo bem ruinzinho.
Nisso pintou uma ideia, falar de como o jogo, numa ironia poética, é vítima da sua própria ambição. Como assim? Na história de Toren, você controla uma menina, a Criança da Lua, que está destinada a escalar a torre homônima para salvar a humanidade de uma maldição na qual o Sol não se põe mais. Junto com a Árvore da Vida, a garota vai subindo até o topo descobrindo mais detalhes sobre a origem do lugar, uma espécie de Torre de Babel cuja ganância condenou o mundo a seu atual destino, e sendo atacada por um dragão capaz de petrificar todas as formas de vida.
Como podem reparar, ganância e ambição são alguns temas dentre os vários que você encontra em Toren. É um jogo carregado de simbolismo e literalmente poesia, como uma narrativa onírica que deixa muito espaço aberto para interpretação. Ele pega elementos de diferentes culturas, fazendo uma amálgama de mitologias indígenas, judaico-cristãs e nórdicas, e esses são seus principais pontos fortes. Só que tem todo o resto.
Toren tem uma óbvia inspiração nos jogos do Fumito Ueda como ICO e Shadow of the Colossus e foi um projeto de peso para o contexto brasileiro. Ele ficou quatro anos em desenvolvimento, com um orçamento de 350 mil reais que é um valor que parece um sonho para outros estúdios nacionais. Porém quando você pega para jogá-lo, você se questiona onde foi parar esse empenho e investimento. Alguns vão encarnar nos gráficos que para mim é o menor dos problemas (na verdade nem vejo como um problema). Toren falha de verdade na sua jogabilidade.
Além de uma câmera e controles ruins, é um jogo muito curto que apesar de despertar um encanto pelas possibilidades do seu universo, não nos permite nos absorver nesse mundo. Todas as seções parecem comprimidas, o avanço é muito rápido e os puzzles não apresentam grandes desafios. Existe até uma boa diversidade deles, porém são muito simples. De tal forma, a jornada da Criança da Lua gera a mesma intensidade emocional que os jogos nos quais Toren se inspirou produzem. Logo eu estava de volta à estaca zero sem qualquer tema.
Foi então que a minha salvação veio do lugar que eu menos esperava: Reddit. Contudo não foi de forma positiva porque era uma publicação que abria uma discussão sobre jogos brasileiros. Lá eu esbarrei com um velho inimigo meu, um conceito abstrato que me incomoda profundamente e que já mencionei aqui no blog alguns textos atrás. Sendo assim, as aleatoriedades da vida me levaram a usar Toren para discutir o “vira-latismo cultural” que está presente numa parcela da nossa sociedade.
OS TRÊS PILARES DO “VIRA-LATISMO CULTURAL”
Nos tempos conturbados de guerra cultural em que vivemos, Toren poderia ser uma vítima perfeita. Tem temas sobre feminilidade, a protagonista representa uma minoria, o projeto captou 75 mil reais da Lei Rouanet (mais a frente explico porque destaque essa informação) e, como eu já disse, é um jogo ruim. Seria um ótimo candidato ao título de “jogo woke” se os gamers brasileiros conhecessem sua existência e talvez seja melhor que ele continue obscuro. Não apenas para não integrar nesse discurso paranóico de que “a lacração está destruindo o mundo dos games”, mas também para não servir de um exemplo que perpetue a falsa imagem que se tem do desenvolvimento de jogos no Brasil.
Infelizmente isso não é algo que se limita apenas aos vídeo games, toda nossa produção cultural é vítima de um histórico complexo de vira-lata que eu passei a ter mais consciência com o passar dos anos. Acredito que todos estão familiarizados com a expressão, mas não custa nada explicar, né? Cunhado por Nelson Rodrigues, o complexo de vira-lata descreve um sentimento de inferioridade que alguns brasileiros teriam do Brasil em relação a outros países. Podemos discutir esse conceito em vários setores, porém vou me ater somente naquilo que eu chamo de “vira-latismo cultural”, a ideia que o Brasil não consegue produzir arte de qualidade ou pelo menos não tão boa quanto a de outros países.
A princípio eu achava isso era apenas uma extensão do complexo de inferioridade dos brasileiros, entretanto hoje eu já penso que é algo mais profundo. O “vira-latismo cultural” se sustenta em três pilares: preconceito, repertório limitad(íssim)o e paranoias político-ideológicas. Estou ciente que posso soar muito pretensioso falando essas coisas, mas é algo que eu realmente acredito que existe em uma parcela da população brasileira quando o assunto é cultura. Para observar isso, basta olharmos como o cinema nacional é discutido fora das bolhas de cinéfilos.
Eu já cansei de ouvir pessoas afirmando, com todo o tom de certeza, de como os filmes brasileiros são ruins. Amigos, tios, conhecidos, gente pela internet, etc, pessoas dos mais diversos tipos. Não costumo discutir com essa galera porque é evidente a imagem nas suas cabeças que as nossas produções se limitam a comédias pastelonas da GloboFilmes ou então Transe. Então já começamos com um preconceito, um autopreconceito com a sua cultura, no sentido mais simples: uma opinião ou conceito formado sobre algo ou alguém antes de conhecer o objeto de juízo. Essas pessoas já assumiram que o cinema nacional é ruim e pronto.
Isso se conecta ao segundo pilar que é o do repertório limitado. Por que existem exceções e vocês sabem qual. Essas mesmas pessoas tem o costume de citar os mesmos três filmes como exemplos de filmes brasileiros que são realmente bons e o fato que eu nem preciso citar o nome deles é o bastante para mostrar como esse padrão é recorrente. Eu proponho esse experimento, da próxima vez que você ver alguém falando que o Brasil só tem filme ruim pergunta que filmes ela já assistiu. Você verá o quão pouco ela conhece do cinema nacional para basear essa sua opinião.
Por fim a gente chega na inescapável questão da política. Isso pouco tem haver com o chavão de que “toda arte é política”, mas sim porque o Brasil esteve na vanguarda da guerra cultural há bastante tempo. Dá para fazer um recorte preciso com muitas das “críticas” que a arte brasileira recebe, sobretudo de gente com um alinhamento político voltado a direita. Porque xiste essa crença já bem estabelecida que a cultura brasileira foi dominada pela esquerda e assim nossas produções refletem apenas as abstratas “pautas de esquerda” que podem significar qualquer coisa.
Não nego que exista um viés dentro da classe artística, porém a forma que falam dele é muito caricata. Não foi ao acaso que escolhi Transe como exemplo parágrafos atrás, porque algumas pessoas o tratam como um retrato do cinema brasileiro e não somente como exemplo. Tem uma dose de desonestidade envolvida, porém eu acredito que se conecta mais ao pilar do repertório limitado. Sem de fato conhecer nossos filmes é mais fácil simplificar com essas paranoias político-ideológicas.
Vídeo game também é cultura, portanto ele também é vítima dessa mentalidade. Entretanto existe uma particularidade especial nele. O gamer naturalmente tem pouco conhecimento da mídia, embora sempre bata no peito dizendo o contrário. Isso acontece porque boa parte da comunidade se orienta pelo marketing pesado dos grandes estúdios e as tendências dos mainstream da indústria destacam. A gente nota isso em toda edição do The Game Awards. Não é uma exclusividade dos gamers brasileiros, mas me parece ligeiramente acentuado pela questão do “vira-latismo cultural” que produziu uma quimera a respeito da nossa história no desenvolvimento de jogos:
O MITO DO “JOGO BASEADO NA CULTURA BRASILEIRA”
No final de outubro eu publiquei ‘Esbarrando com o vira-latismo gamer‘. O texto descreve um episódio que tive no subreddit que frequento em uma postagem o que as pessoas gostariam de ver em jogos nacionais e antes mesmo de clicar eu já imaginava algumas das respostas. O título fez o meu sentido (anti) gamer apitar, porque eu já tinha uma ideia clara dos prováveis comentários que veria. Dito e feito!
O primeiro comentou que não manjava nada de jogos brasileiros e esse é o tipo de franqueza que eu gostaria que houvesse mais quando se discute o tópico. Se todos fossem sinceros iguais a esse rapaz, a comunidade seria um lugar melhor. Infelizmente teve outros comentários. Um dos usuários disse que “A indústria nacional deve focar em desenvolver jogos, e não ‘jogos brasileiros'”. Um terceiro dizia que “Qualquer coisa menos cultura/folclore daqui. Já encheu o saco todo jogo que sai daqui tem essa temática cansada pra gente“. E também teve um quarto reforçando “Alguma coisa que não seja: GTA no RJ/Favela etc… ou alguma coisa de folclore. Já tá mais que saturado isso”, além de uma vira-latismo vergonhoso de como os desenvolvedores brasileiros deveriam fazer um jogo baseado na mitologia nórdica.
Depois de ler tudo eu não pude evitar de dar uma risada com todo escárnio que tenho dentro do meu ser. Esses três comentários são os melhores exemplos possíveis de pessoas que não conhecem nem um pouco dos jogos brasileiros.
Olha, eu sei que sou maldoso, rabugento e antipático sempre às vezes quando a figura do gamer entra em pauta, mas nesse caso específico garanto que não tem nada haver com isso. Digo isso por conta de um comentário que outro usuário fez questionando que a pessoa fala como se houvesse vários jogos desse tipo, mas eles não citam um exemplo se quer. De fato, dentre os três comentários que eu destaquei apenas um deles citou um único exemplo de jogo brasileiro. E o pior é que foi o exemplo mais previsível possível, 171, o famigerado (e talvez infame) “GTA brasileiro”.
Mas como estou me sentindo generoso, vou tentar ajudar esses camaradas e fortalecer o ponto deles com outros exemplos. Do topo da minha cabeça, excluindo Toren, consigo pensar em alguns nomes que tem muitos temas brasileiros no seu design. Por temas brasileiros eu me refiro a eventos, figuras históricas ou elementos do nosso folclore e da nossa cultura pop. Alguns deles ainda se encontram em desenvolvimento e, por motivos óbvios, não vou levar em consideração jogos licenciados como Show do Milhão e Big Brother Brasil:
- Incidente em Varginha: um clássico FPS nacional que acredito que dispensa qualquer apresentação;
- Arida – Backland’s Awakening: um curto jogo de sobrevivência ambientado no sertão nordestino;
- Dandara – Trials of Fear: metroidvania que tem muitos temáticas culturais e históricas brasileiras, como protagonista que é inspirada na Dandara dos Palmares;
- Tropicalia: RPG no qual você controla um indígena de uma tribo tupi-guarani e que incorpora vários elementos folclóricos do norte brasileiro;
- Punhos de Repúdio: um beat’em up que se passa na época da pandemia com as protagonistas enfrentando bolsonaristas, negacionistas (pleonasmo) e outras figuras associadas a extrema-direita;
- Zueirama: jogo de plataforma inspirado na cultura de memes do Brasil;
- Gaucho and the Grasssland: um jogo de simulação com uma pegada de Story of Seasons e Stardew Valley, porém nas terras do Rio Grande do Sul;
- RIO – Raised in Oblivion: jogo online de sobrevivência que se passa no Rio de Janeiro;
- Bagdex: podemos simplificá-lo como o “Pokémon brasileiro”.
Certo, se somarmos com 171 e Toren temos 11 exemplos desses tais jogos baseados na cultura brasileira que estão saturando tanto o nosso mercado. Isso prova alguma coisa? Bom, provaria se esses fossem os únicos jogos que tivéssemos no nosso catálogo nacional. Mas vejam só, existem ALGUNS outros joguinhos brasileiros que não se enquadram nessa linha:
- Knights of Pen & Paper;
- Horizon Chase Turbo (e a sua sequência);
- Slipstream;
- Chroma Squad;
- A Lenda do Herói (e sua futura sequência);
- Outlive;
- Oniken;
- Odallus: The Dark Call;
- Blazing Chrome;
- Vengeful Guardian: Moonrider;
- Mullet Madjack
- Unsighted;
- Dodgeball Academia;
- Surrealidade;
- Enigma do Medo;
- Raccoo Venture;
- Kaze and the Wild Masks;
- Super Chicken Jumper;
- Maiden Cops;
- Heavy Bullets;
- Be Hero;
- Fish Person Shooter;
- Dininho Adventures;
- Relic Hunters;
- Metamorfose S;
- No Place for Bravery;
- Dino Survivors;
- Shieldmaiden;
- No Heroes Here
- Pocket Bravery;
- REDO!;
- Minoria;
- Momodora 1;
- Momodora 2;
- Momodora 3;
- Momodora: Reverie Under the Moonlight;
- Momodora: Moonlit Farewell.
E olha que eu nem entrei na subcultura de jogos de RPG Maker aqui porque aí seriam outras dúzias de exemplos… Ora, por que não? Afinal, são jogos brasileiros como todos os de cima. Vamos lá!
- Saint Seiya RPG: Asgard Chapter;
- CdZ: Hades;
- Samurai X;
- Dragon Ball: Do Começo ao Fim;
- Las Aventurietas del Robercleiton TURBO;
- Rygar e os Soldados do Rei (e suas duas sequências);
- Era dos Deuses;
- O Artefato;
- Memories of Mana;
- Orca: A Lenda dos Mares (e suas duas sequências);
- A Lenda dos Quatro Elementos;
- 1-bit Explorer (e a sua sequência);
- Inkey University;
- Resident Evil RPG;
- O Cálice Sagrado;
- Heart and Soul;
- A Ultima Dama de Fogo;
- Pikachu’s Quest;
- Zu;
- Vila do Nevoeiro.
Acho que já tá bom, né?
Isso porque eu estou me limitando apenas aos jogos que conheço. Se eu quisesse pesquisar tenho certeza que esbarraria com muitos outros. Agora vamos contar, ok? Um, dois, três, quatro, cinco… SETENTA E CINCO jogos! Se fizer os cálculos, aqueles que se encaixam no conceito de jogos baseados na cultura brasileira ficam em torno dos 15%. Isso porque eu não quis fazer uma pesquisa profunda e fui citando apenas aqueles que eu conheço em alguma extensão. Posso fazer essa porcentagem cair para menos de 10% se me deixarem usar títulos como Street Chaves e Super Magro World. Embora tenho a ligeira impressão que esses jogos não contariam para o gamer desmamado com nata do mercado AAA.
Calma aí! Vejam que grata surpresa. Durante o tempo que eu escrevia e revisava esse texto o canal Controles Voadores soltou um vídeo com mais de 100 jogos brasileiros. Alguns deles se encaixam na categoria de “jogo baseado na cultura brasileira”, mas, vejam só, a vasta maioria não.
Chega a ser ridículo o quão fácil é desmontar o mito do “jogo baseado na cultura brasileira” porque ele se baseia na falta de conhecimento. Eu tenho até um texto cômico brincando com isso. Ao mesmo tempo, é uma tarefa chata porque esse tipo de discurso se propaga no vácuo. Foi uma ideia que alguém, em algum dia, em algum lugar inventou e outras pessoas continuam a papagaia-la até hoje.
Mas o que eu acho pior não é nem isso. Para mim, o pior é que mesmo que o mito existisse e que 99% dos jogos brasileiros reproduzissem a nossa cultura, ainda assim não seria um problema. Não há demérito algum em retratar a sua cultura e, vejam só, jogos americanos, japoneses e europeus fazem isso a todo momento. Gamers brasileiros só acham ruim quando o Brasil faz isso porque foram condicionados a consumir mídias estrangeiras desde a infância, alimentando esse sentimento vira-lata com as produções nacionais.
Assim chegamos ao grande vilão de toda essa história. Não é nenhuma surpresa, porque na verdade eu já o destaquei algumas vezes nesse texto. Então só para reforçar e estender o texto por mais alguns parágrafos e tentar pôr um fim de vez nesse mito, a conclusão que gostaria de fazer aqui é:
O PROBLEMA É A FALTA DE REPERTÓRIO
Ainda que essa guerra cultural tosquinha que se intensificou nos últimos seja uma das piores parte da cultura pop atual, eu acredito que é a falta de conhecimento da mídia que prejudica mais o debate. Porque essa galera engajada em discutir conspirações de agenda woke a gente pode desconsiderar como os doidinhos da praça virtual. Porém que tem um repertório limitado nem sempre é uma pessoa mal intencionada e ela acaba suscetível às besteiras propagadas pelos outros. Assim nasce mitos como o do “jogo baseado na cultura brasileira” e é assim que eles se perpetuam.
Daqueles quatro comentários que eu mencionei no tópico anterior, três deles para mim são completos boçais. Não conhecem o cenário de jogos brasileiros, mas mesmo assim se sentem confiantes para dar pitacos caricatos sobre ele. Por outro lado, aquele primeiro comentário era de um usuário sincero com seu repertório limitado e ali temos uma oportunidade de apresentar todo um novo mundo de jogos para alguém. Eu diria até que é um dever para evitar que ela não reproduza a mesma conversinha fiada dos outros três.
Além disso, não conhecer a história de uma mídia é o que facilita generalizações bestas como a que vemos sobre o nosso cinema “esquerdista”. Jogos brasileiros ainda conseguem escapar dessa percepção porque eles ainda não encostam em temas políticos de forma mais explícita. Mas obviamente que temos exceções. Punhos de Repúdio, por exemplo, é um jogo que você vai encontrar dezenas de críticas de usuários reclamando da “militância” do jogo porque ele ousou a descer a lenha no lado político que os gamers fingem que não defendem. Aí a gente esbarra num problema porque Punhos de Repúdio tem de fato elementos a serem criticados em relação a sua jogabilidade. Porém é perceptível que o que leva algumas pessoas a considerá-lo ruim é o aspecto político.
Toren poderia estar seguro nesse quesito, se a guerra cultural não tivesse chegado a um ponto de tão baixa intelectualidade e alta paranoia que a mera inclusão de uma minoria já gera polêmica para o jogo. Ainda mais quando uma parcela do orçamento do jogo, uns 75 mil reais, foi captada pela Lei Rouanet que alguns setores da direita brasileira adoram criticar sem nem mesmo conhecer o funcionamento dela. Também não vai ajudar muito que esse é um jogo com vários problemas de gameplay que vai abrir espaço para críticas infundadas focando nos aspectos errados. Num mundo ideal, Toren seria apenas mais um jogo ruim, contudo ele é um jogo BRASILEIRO ruim e é aí que reside o grande problema. Nesse cenário, alguns maus exemplos acabam ganhando uma proporção muito maior do que deveriam, fazendo parecer que eles são a norma.
Jogo ruim tem em todo canto, os brasileiros não são nenhuma exceção. Naquelas listas que eu fiz tem jogos de qualidade bem variáveis, porém quando se conhece tão pouco da história dos jogos do seu país, um jogo ruim tem o perigo de criar um imaginário popular que não condiz com a realidade. Por isso que eu fico tão preocupado com o futuro lançamento, se é que haverá um, de 171 porque foi um jogo que atraiu atenção demais e tem o potencial de criar uma percepção ainda mais distorcida dos jogos brasileiros. Ele é apenas um exemplo de jogo nacional, mas será tratado como O exemplo de jogo nacional.
Enfim, se tem algo para tirar desse meu longuíssimo texto é um ensinamento deixado pelo nosso queridíssimo ET Bilu: busquem conhecimento. Sério! Ignorem o senso comum a respeito da arte brasileira, em qualquer mídia, e não se deixem levar pelo “vira-latismo cultural”. O Brasil produz obras fantásticas que merecem mais reconhecimento do seu próprio povo.
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