
Não sei se vocês estão sabendo, mas parece que ontem saiu um joguinho aí pelas interwebs. Hollow Knight: Silksong, já ouviram falar? A garotada está amando. Eu não joguei, mas a minha filha jogou e ela disse que é muito bom!
O lançamento de Silksong foi um sucesso inquestionável. Praticamente todas, senão todas mesmo, as lojas virtuais caíram instantes depois do jogo ser liberado para compra. Com uma expectativa acumulada por uns seis anos, coletivamente imaginávamos que ele iria vender bem. Porém acho que ninguém imaginou tamanha proporção. Só na Steam o jogo bateu um pico de 534 mil jogadores simultâneos, hoje subiu para 562 mil, e está entre os mais vendidos nela e na eShop.
Hollow Knight é um dos meus metroidvanias favoritos e eu estava bem animado para a sua sequência*. Então enquanto muitos apertavam F5 desesperadamente na loja da Steam para ver se conseguiam terminar a compra, eu estava ali do lado aguardando. Muitas promoções já me ensinaram a ter paciência. Até cheguei a colocar Hollow Knight: Silksong no meu carrinho, pois 60 reais é um valor que não iria prejudicar o meu delicado orçamento do mês, só não dava para avançar pro pagamento. Nessa de ficar esperando a plataforma estabilizar eu acabei pensando e nessa de ficar pensando eu acabei desistindo da compra.
*ignorem a existência desse texto.
Em vez disso, fiz o que meu coração me dizia há um mês e comprei Diablo, a versão clássica, que faz parte do programa de preservação da GOG. Mas por que uma mudança aparentemente tão repentina? Eu até tenho curiosidade em jogar Diablo porque adoro uma “velharia”, porém se pôr na balança eu tenho muito mais vontade de jogar Silksong.
O que aconteceu é que enquanto eu olhava para Silksong ali parado no meu carrinho eu percebi o quanto eu não queria jogá-lo… NESSE MOMENTO. Tanto quem me conhece pessoalmente quanto quem me acompanha aqui pelo blog ou nas minhas redes sociais sabe que eu não tenho pressa alguma de jogar qualquer coisa. Agora mesmo eu estou com um texto em andamento de um jogo de RPG Maker que eu levei mais de uma década para zerar. É até uma piada recorrente com meu amigo PC, também conhecido como Jogando Sem Hype (título este que pretendo roubar dele um dia), de como todo ano eu falo que vou jogar Nier: Automata e acabo deixando para o seguinte. Eu acabei de comprar um RPG de ação de 1996, cacete!
Então eu posso tranquilamente esperar algumas semanas, meses e até anos para comprar e jogar Silksong. A questão aqui é que jogar não era exatamente o motivo pelo qual eu pensava em comprá-lo no lançamento. Ou pelo menos não o principal motivo. Prevendo a febre que Silksong eu supus o óbvio: qualquer conteúdo relacionado ao jogo tem altas chances de ser visto. Ainda mais se considerarmos que ele não foi enviado antecipadamente para nenhum veículo gamer. Se eu soltasse uma crítica nos próximos dias, acho que teria altas chances de ser um dos textos mais lidos deste ano.
Aliás, isso já aconteceu antes. Algo que nunca comentei é que aquele meu texto de Dave the Diver foi bastante lido na sua época. Por “bastante tempo” temos que considerar a média de visitas que eu recebo no blog por dia. E olha que eu soltei a crítica de Dave the Diver um pouco mais de duas semanas depois do seu lançamento. Imaginem o que uma review de Silksong teria chances de render?
Só que aí eu pensei: será que faz alguma diferença escrever uma review de Silksong agora? Com toda sinceridade, eu acho que não. Deve está cheio de jornalista sendo obrigado a rushar o jogo para o site poder ter uma crítica o quanto antes. Minha solidariedade com o trabalhador (provavelmente precarizado), ainda mais porque eu acho esse trabalho em particular inútil. Ninguém que estava acampando nas lojas virtuais ontem precisa ouvir qualquer coisa sobre Hollow Knight: Silksong.
De novo, essa era uma expectativa que se acumulou por seis anos, a qualidade aqui é irrelevante. Vamos para um exemplo do universo AAA, vocês acham que tem alguém aqui realmente preocupado se GTA 6 será bom? O jogo que 1/3 dos otários fãs acham que seria justo vir no preço de 600 reais? Não! Mesmo que esse seja o pior de todos os GTAs, ele ainda vai vender como água no deserto durante seus primeiros dias.
Não digo que essas pessoas estão tão na gana de consumir que são incapazes de fazer uma avaliação crítica desses jogos. É só que no calor do hype, ninguém está lá muito preocupado em saber o que outras pessoas acharam do jogo. Isso acontecerá eventualmente já que o gamer tem uma necessidade de validar sua opinião por terceiros. Só não há necessidade de um guia de consumo no momento porque essas pessoas decidiram há muito tempo que irão consumir. Se eu soltasse uma crítica agora ela não seria nada mais do que ruída. Então eu teria prejudicado a minha experiência com Silksong apenas para poder ter uma chance de me beneficiar desse hype e que na prática não serviria para nada.
Se eu tiver alguma observação pertinente sobre Hollow Knight: Silksong, ela será válida tanto agora quanto daqui seis meses. Digo algo que vai além de olhar para o jogo como se fosse uma geladeira e descrever seu desempenho e suas especificações. Algo como eu fiz com a minha crítica sobre Stardew Valley onde falo que o jogo preza, olha só a coincidência, pelo anti-imediatismo. Para fazer uma leitura assim eu não preciso me apressar, ela independe do tempo.
No momento eu estou me divertindo horrores com Lufia II: Rise of the Sinistrals e tenho uns quatro textos para tentar escrever esse mês. Preciso focar minha energia em outras coisas. Ignorando a mídia mainstream porque esse é o trabalho dela, não existe motivo para eu, você e o Zoboomafoo nos apressarmos em zerar Silksong só para ser um dos primeiros a por uma crítica no ar. Ninguém se importa… por enquanto!
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