Para o mal de todos e infelicidade geral da Nação, hoje na State of Play saiu um trailer mostrando a gameplay do remake de Silent Hill 2. Ou como eu vou me referir ao jogo daqui para frente: A Resident Evil Story.
A título de transparência, eu nunca fui muito esperançoso com um retorno de Silent Hill. Primeiro porque, como já falei algumas vezes, a única coisa que eu espero da Konami é a sua declaração de falência. Segundo porque, nesses últimos anos, Silent Hill acabou perdendo seu lugar no meu coração que agora é de Fatal Frame. E terceiro porque não existe outra palavra que corte mais o meu tesão do que remake. Não que eu seja contra, o remake do primeiro Resident Evil é um dos meus jogos favoritos, mas que atualmente o cinismo que eu tento negar ter me faz ver boa parte deles com maus olhos. No caso específico de Silent Hill 2, este é um que desde o anúncio eu não pus a menor fé.
Sei que não sou o único porque a Bloober Team, estúdio que está responsável pelo remake, não é tão bem quista assim entre gamers. Não é bem o meu caso porque até hoje eu não joguei nenhum dos seus títulos para formar qualquer opinião a respeito dela. Porém eu já fiquei com não um, mas dois pés atrás quando, ano passado, um dos fundadores falou que o estúdio não faria mais jogos de terror psicológico. Ok, acho totalmente válido o estúdio buscar um apelo mais massivo para conseguir alcançar outros jogadores. Porém entra aí um questionamento: se a ideia é se afastar do terror psicológico, por que diabos fazer um remake de uma das principais referências desse gênero?!
Naquele dia eu previ o que iria acontecer. O nome até pode ser Silent Hill 2, mas na real o que a Bloober Team iria buscar é fazer o seu próprio Resident Evil. Se alguém tinha quaisquer dúvidas ainda, o trailer de “combat reveal” veio para acabar com todas elas. Mas largando o pessimismo por alguns segundos, assumo que o vídeo até que começa bem. Temos uma sequência de imagens perturbadoras que evocam uma sensação de estar preso num pesadelo, a essência do terror dessa franquia. Depois entra um piano triste na trilha sonora que traz aquela melancolia especial de Silent Hill 2. Tem até pequenos vislumbres daqueles saudosos puzzles que vamos encontrar no jogo.
Contudo a partir dos 36 segundos o trailer é só ladeira abaixo!
No momento em que o primeiro Mannequin aparece na tela o remake mostra a sua verdadeira face. Até mesmo a música muda para uma batida emocionante genérica de filme de super-herói que me fez acreditar que a logo Marvel Studios ia aparecer na tela. As cenas seguintes só serviram para diminuir ainda mais a expectativa que eu já não tinha. Tem tiro, porrada, (bomba ainda não) quick-time events e ação, muita ação! E é pela sua ação que Silent Hill sempre foi reconhecido, né?
Aquela história buscar ter um apelo mais massivo que o fundador Bloober Team mencionou ficou bem aparente. O remake de Silent Hill 2 será nada mais do que o n-ésimo third person shooter que estúdios vem cuspindo desde que Resident Evil 4 se tornou um marco nas histórias dos vídeo games, popularizando a noção de action horror.
Sabe o que é pior? Eu não consigo nem me sentir decepcionado, no fundo eu sabia que isso estava para acontecer uma hora ou outra. Silent Hill 2 será só mais uma evidência de como o mainstream ruma para a estagnação criativa. Mais uma capitalização sem paixão em cima da mesma gameplay que vemos ser repetida nos últimos dez anos. Porque é seguro, tem público, tem mercado. Provavelmente vai até se tornar o jogo de maior $uce$$o do estúdio. Não existe uma vontade sincera de criar uma nova experiência dentro do jogo, é apenas se apropriar do peso do nome e colá-lo numa jogabilidade que tem maior chance de responder positivamente com o consumidor médio. Quer saber? Apaga o que eu falei no começo. Eu ESTOU decepcionado!
Pelo menos fico tranquilo sabendo que o original vai estar sempre lá para nos lembrar de uma época em que Silent Hill tinha sua voz própria e não era apenas um Resident Evil de nome trocado.
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