Eu falo muito de RPG Maker aqui no Backlogger e um jogo pelo qual eu nutro uma estima especial é Heart and Soul. A autoria é de um maker antigamente conhecido como Kamui nos tempos que frequentei a RPG Menace. Mesmo sendo um jogo bem amador, eu lembro de Heart and Soul com muito carinho porque foi um dos primeiros que tive contato. Tal como praticamente todo mundo que usava RPG Maker, o Kamui ripou os gráficos de outros RPGs populares daquela época, sobretudo os da terceira e quarta geração de consoles. Final Fantasy, Dragon Quest, Phantasy Star e Chrono Trigger são os exemplos mais comuns, porém havia muitos outros. Em Heart and Souls, a maior parte dos sprites de personagens e monstros vem de um jogo que fui descobrir cerca de um ano atrás chamado Treasure of the Rudras.

Comparativo entre Treasure of the Rudras, jogo de RPG do Super Nintendo, e Heart and Soul, jogo de RPG Maker que usa gráficos ripados dele
Heart and Soul (esq.) e Treasure of the Rudras (dir.)

Esse é um RPG do Super Nintendo que a antiga Square lançou em 1996 e teve o destino de não sair – oficialmente, né? – do Japão. Assim, infelizmente, ele ficou mais ainda à sombra de outros títulos que tiveram um reconhecimento mundial. Destaco o ‘infelizmente’ porque agora que eu o joguei posso afirmar sem sombras de dúvidas que ele tinha todo o potencial para ser mais um dos grandes clássicos de RPG do Super Nintendo, dividindo espaço com gigantes como Final Fantasy VI e o já citado Chrono Trigger.

Jogabilisticamente falando, o sistema de batalha de Treasure of the Rudras é essencialmente o ATB que Final Fantasy vinha aperfeiçoando. Ele deu seu “toque especial” ao adotar um sistema de magia próprio e pouco convencional com os Mantras. Em vez dos personagens aprenderem novas habilidades conforme sobem de nível, eles precisam “montar” as magias. O jogo conta com um sistema de sílabas no qual você combina diferentes palavras com prefixos e sufixos para criar as suas habilidades. É mais fácil explicar como funcionam os mantras com exemplos:

“Ig” é o termo associado a magias de fogo enquanto “nareem” é uma habilidade que aumenta sua defesa mágica. Se você combinar as duas palavras,“ignareem”, você obtém uma nova magia que reduz o dano de ataques de fogo por alguns turnos. O mesmo se aplica com os termos de outros elementos como “aqu” para água e “teo” para vento. Os prefixos como “kaa” e “you” alteram o custo de MP e dano das magias, enquanto sufixo “na” altera a área de efeito dos golpes. Escrever somente “ig” produz uma magia de fogo que acerta um único oponente. Agora “igna” gera uma magia que acerta todo mundo e “kaaigna” é uma versão ainda mais forte dela.

A graça do combate de Treasure of the Rudras está na experimentação de diferentes combinações de palavras para criar novas e mais poderosas magias. Isso explica a grande dificuldade de localizá-lo, dado a sua relação direta com a gramática japonesa. Muitos dos patches de tradução mais antigos que você encontra focavam apenas no texto do jogo e mantinham os sistema original. Já o grupo Aeon Genesis conseguiu fazer um excelente trabalho de localização. Se tiverem interesse em jogar, recomendo baixarem a versão deles.

Com certeza esse diferencial do sistema de mantras serve como um “selling point” pra convencer alguém a jogar Treasure of the Rudras. Não é o meu caso! Afinal vocês sabem o que REALMENTE captura minha atenção em jogos, né? E aqui não foi diferente, pois o que me motivou de verdade a buscar esse RPG foi…

AS “TRÊS” CAMPANHAS DE TREASURE OF THE RUDRAS

Imagem da capa original de Treasure of the Rudras onde podemos ver os quatro protagonistas: Sion, Surlent, Riza e Dune
Eu não contei errado, vocês vão entender depois

Imagino que vocês conheçam Seiken Densetsu 3, certo? Os mais novos talvez pelo nome oficial pós-remake que ficou como Trials of Mana. Esse também era um RPG (de ação) da Square, sequência do seu sucesso Secret of Mana, lançado para o Super Nintendo uns anos antes de Treasure of the Rudras. Para aqueles que conhecem o título, seja o original ou o remake, devem se lembrar que Trials of Mana conta com seis personagens selecionáveis: Duran, Angela, Hawkeye, Riesz, Kevin e Charlotte. No início do jogo você tem que escolher três para compor a sua equipe, sendo que o primeiro escolhido fica designado como personagem principal.

Cada um desses personagens tem seu próprio arco e a história se divide em três campanhas distintas em torno de um antagonista específico. O restante do elenco ainda aparece pela história, pois os eventos de Trials of Mana te fazem tangenciar cada uma das outras linhas narrativas. Contudo o desfecho do jogo é determinado pelo personagem principal, cujo antagonista se torna o vilão final da história interrompendo as duas outras campanhas. Em Treasue of the Rudras a coisa é um pouco diferente!

Também temos um vasto elenco, porém no começo você só tem que se decidir entre três protagonistas: Sion, Riza e Surlent. Os demais personagens vão se juntando aos principais de acordo com a campanha formando três grupos distintos. Tal como em Trials of Mana, os outros protagonistas acabam cruzando o caminho daquele que você escolheu em alguns momentos da história, porém as três campanhas ocorrem simultaneamente.

Tela de seleção dos três cenários de Treasura of the Rudras

Se você resetar o jogo, dá para iniciar uma nova jogatina com outro personagem e salvá-la no mesmo slot. Assim, se você quiser, pode ficar alternando entre todas as campanhas do jogo, progredindo pouco a pouco em cada uma delas*.

*Não recomendo que façam isso. Me deparei com comentários falando que é possível trancar a progressão do jogo em alguns se você ficar indo e voltando entre campanhas. Não confirmei essa história, então por via das dúvidas sugiro jogar um outro cenário somente depois de terminar o anterior.

Na premissa de Treasure of the Rudras, o mundo vive num ciclo recorrente de destruição e reconstrução. A cada quatro mil anos uma entidade denominada de Rudra elimina as demais espécies do planeta e dá lugar a uma raça mais poderosa que inicia uma nova era. O jogo começa nos últimos 15 dias da Era dos Humanos. Com o Grande Ciclo, o evento que trará o fim para humanidade, se aproximando, Sion, Riza e Surlent são os escolhidos para serem os portadores das Jades, misteriosos artefatos que estão relacionados com o evento apocalíptico. Ao longo desses 15 dias, cada um dos protagonista embarca na sua própria jornada para descobrir a verdade sobre a origem dos Rudras e encontrar uma forma de impedir que o novo ciclo de destruição se conclua.

A principal diferença entre como Trials of Mana e Treasure of the Rudras abordam uma história com múltiplas campanhas é que neste nenhuma delas acaba anulando as outras. Todas as linhas narrativas além de coexistirem, também colaboram na progressão uma das outras e, ao final, as três se complementam.

De tempos em tempos os outros protagonistas cruzam o seu caminho e no cenário deles você tem a chance de ver essa mesma ocasião a partir de outro ponto de vista. Mas são encontros tão esporádicos que quase não parece que esses personagens estão todos se encaminhando para a mesma missão. Por exemplo, a primeira jogatina que eu fiz foi com o Sion. Em dado momento, o grupo precisa viajar até a cidade de Ompross para perguntar para um mercador, Nurk, se ele conhece um homem chamado Ramyleth. Após essa conversa, Surlent e seu grupo aparecem também na loja de Nurk para pedir emprestado o seu barco. No dia seguinte, quando Sion e seus companheiros estão voltando da cidade de Ompross, no navio deles também estão Riza.

São dois encontros consecutivos e rápidos que não parecem afetar de forma alguma a história do seu cenário. Mas como eu falei, essas linhas narrativas também colaboram entre si porque os efeitos das ações de um protagonista na história dele repercute nas campanhas dos outros. O mundo vai se alterando de acordo com os feitos de cada um dos protagonistas no seu respectivo cenário e os demais testemunham as consequências. Além disso, em alguns momentos um grupo adquire um item que vai ser útil para o outro grupo na sua história. Usando Sion de exemplo de novo, ele que consegue a Ocarina dos Hegs que eventualmente ele passa para Riza quando os caminhos deles se cruzam novamente. Mais a frente o Sion também entrega para Surlent um equipamento que o grupo dele precisa e o mesmo lhe dá outro que ele precisa.

Por fim, as três campanhas também servem para contar a história dos Rudras em toda sua completude. Você até consegue um entendimento claro do que se passa com qualquer uma das campanhas, mas é somente jogando os três cenários que você consegue todas as informações desse universo. Embora você consiga visitar vários dos mesmos lugares com cada grupo, as campanhas também tem suas áreas exclusivas. Portanto, alguns detalhes só podem ser obtidos por alguns dos protagonistas enquanto os outros não tem qualquer noção do que eles descobriram.

Numa visão mais pragmática, essa é uma forma de de incentivar o jogador a terminar todas as campanhas para ter acesso a história completa. Mas eu quero dar uma viajada aqui. Porque uma epifania que me deu enquanto eu jogava, foi quando reparei como a jornada de cada um dos protagonistas se correlaciona com a classes deles. Para comentar isso, acho que é melhor fazer seu próprio tópico.

A RELAÇÃO DAS CLASSES COM A NARRATIVA

Cada uma das campanhas com os protagonistas Sion, Surlent e Riza
Cada protagonista tem um tema diferente

Já que falei de Trials of Mana, deixa eu trazer mais um RPG para uma comparação rápida. Tempos atrás eu escrevi outro Game Cuts para falar de uma quest em particular de Drakensang: The River of Time. Isso me lembra que um dia eu preciso fazer uma crítica desse jogo, mas deixa quieto por enquanto. É uma das quests principais em que você precisa mediar um conflito entre os elfos e os piratas que invadiram seu território.

Algo que marca a jogabilidade de Drakensang, bem como a de outros CRPGs, é que por vezes o jogos te dão mais de uma forma de cumprir os objetivos da missão. Nesse caso existem três caminhos, cada um sugerido por um membro diferente da sua equipe. Forgrimm, o anão guerreiro, fala para você simplesmente lutar contra os piratas. Fayris, uma meia-elfa arqueira – ou Jaakon, um humano mago, dependendo das suas escolhas no início do jogo – advoga por uma solução diplomática onde você serve de intermediário numa negociação entre ambas as partes. Por fim Cano, o ladino, sugere uma solução mais ardilosa de se infiltrar no grupo dos piratas e semear a discórdia entre eles.

Para muitos o apelo dessa quest vem de você optar por jeitos que se adequem melhor ao seu estilo de jogo. Porém, para mim, o que me chama atenção nela é como cada uma das possibilidades se alinha com os diferentes tipos de personagens do jogo. Não é uma mera demonstração de criatividade de design de quest, mas também de escrita e é aqui que eu retorno para Treasure of the Rudras. Cada uma das campanhas está diretamente relacionada a classe do protagonista.

Comecemos por Sion. Ele é um soldado do castelo de Cryunne que vem lutando contra uma seita que sequestra crianças para sacrificá-las aos Rudras. Dá para dizer que a jornada de Sion tem um tom mais beligerante do que as dos outros dois protagonistas. A narrativa reforça essa ideia já que a parte inicial do cenário dele divide espaço com uma pequena trama de torneio além de que, depois, você passa boa parte do jogo encontrando espadas mais poderosas para o personagem. A campanha de Sion transmite a noção de ser um soldado cumprindo o seu dever de defensor do sue povo.

Por sua vez, no cenário de Surlent não temos essa mesma temática. No caso dele a sua missão tem um objetivo muito mais arqueológico. No início da história, ele e seu parceiro Legin se juntam a um grupo liderado pelo cientista Dr. Muench que tenta descobrir as origens das Lago Stones. Essas são pedras misteriosas quem vem sendo encontradas ao redor do mundo e parecem conter informações sobre o passado do planeta. Por consequência, elas são a chave para entender a existência dos Rudras também. Surlent e seus companheiros focam muito mais em entender o “quem, porque, onde, quando e como” por trás do Grande Ciclo e assim encontrar uma forma de impedi-lo.

Por fim temos Riza, uma sacerdotisa que nasceu com uma Jade encrustada na testa. A jornada dela é marcada por uma antiga profecia deixada por um povo antigo, os Danans. Quem quer que carregasse essa Jade estaria destinado a purificar o mundo que há séculos tem sido destruído por uma poluição que ataca o ar, as águas e até a terra. Como podem imaginar, o cenário de Riza tem uma pegada bem mais espiritual com muitos temas ambientalistas, sendo que a ameaça dos Rudras vem em segundo plano.

Fiz um resumão bem rápido de cada campanha a fim de mostrar a essência de cada uma delas. Não quero dar mais detalhes porque dessa vez estou tentando evitar grandes spoilers porque parte da graça do jogo também está em montar o quebra-cabeça da história por si só. Isso que Treasure of the Rudras tão fascinante de se jogar por completo. Ao menos para mim. Eu comparo com algo que ocorre com as histórias em quadrinhos de super-heróis. Você tem todos esses personagens, cada um na sua série mas que compartilham um universo em comum. E acho uma comparação mais do que válida tendo em vista que, no final, Treasure of the Rudras fecha com um crossover épico.

A ÚLTIMA CAMPANHA DE TREASURE OF THE RUDRAS

As aspas no tópico anterior foram intencionais porque eu deixei de mencionar o quarto protagonista do jogo, Dune. Ele é um autoproclamado caçador de tesouros que aparece em todas as campanhas com seu parceiro Cid. A princípio os dois são figuras meio coringas no jogo, porque você não sabe ao certo de que lado eles estão. Não que eles cheguem a aparentar qualquer vilania, essa linha eles não cruzam, porém a maior parte do temo Dune e Cid viveb a sua aventura própria, paralela aos protagonistas. Com exceção de Riza, com quem Dune cria uma simpatia quase que imediata, ele frequentemente passa a perna tanto no Sion quanto no Surlent até que enfim são obrigados a colaborar.

Último cenário de Treasure of the Rudras onde todos os protagonistas - Sion, Surlent, Riza e Dune - se reúnem

Dune se torna um protagonista depois que você termina todos os três cenários, o que libera a última campanha de Treasure of the Rudras. Os demais personagens são removidos da trama e você passa a controlar um grupo formado pelos três protagonistas originais e o intrépido caçador de tesouros. Agora não existe um grande tema sendo discutido e o jogo vai se encaminhar para sua resolução.

Por isso que o último cenário é bem direto e essencialmente linear. Ele consiste numa sequência de dungeons que te levam ao verdadeiro vilão de toda a história e a explicação final sobre os Rudras.

Então, assim, a narrativa desse último capítulo não tem nada de muito especial. Entretanto, o cenário em si é especial. Nas outras campanhas vai se acumulando essa frustração em que você vê todos os protagonistas agindo separadamente e com encontros que duram tão pouco. Você torce pro momento em que eles enfim juntarão suas forças para salvar o mundo. A expectativa só cresce e cresce, portanto é uma imensa satisfação quando você vê que terá a chance de jogar com todo mundo na sua equipe. Sabe aquele meme do “Vingadores Ultimato é o maior crossover da história” seguido de um exemplo supostamente melhor para efeito cômico e/ou alfinetar marvete? Treasure of the Rudras para mim poderia ser colocado ali com sinceridade.

É uma alegria particular ver essa reunião dos quatro protagonistas e acho uma pea que tão poucas pessoas irão experimentá-la. Não somente por ser um RPG com mais de 25 anos de idade – isso numa mídia que as pessoas subestimam muito os títulos mais velhos que não sejam hegemônicos como Chrono Trigger, por exemplo – mas porque o gamer tende a não terminar jogos. Pode parecer um absurdo, já que frequentemente vemos as pessoas postando os jogos que terminaram e até platinaram, mas a verdade é que jogos são muito mais abandonados do que zerados. Isso já é conhecido há bastante tempo. Se você quiser pode checar por si mesmo, basta olhar a página de conquistas dos jogos na Steam.

Já citei outros jogos nesse texto então acho que tem espaço para mais um, certo? Eu sou um grande fã da franquia de RPGs de ação de Ys e um dos títulos meus favoritos é Ys Origin que também tem múltiplas campanhas feito o Treasure of the Rudras. Três para ser mais exato. Já fiz um ensaio aqui no blog falando a respeito dos arcos de cada um dos protagonistas e é uma leitura e um jogo que recomendo bastante.

O final considerado canônico de Ys Origin é o do Toal cuja campanha você habilita ao terminar o jogo com um dos outros dois protagonistas, Yunica ou Hugo. Pelos dados da Steam, cerca de 22% dos jogadores terminaram com a Yunica, 15% com o Hugo e 11% com o Toal. Ou seja, em média apenas uma entre dez pessoas que compraram e jogaram Ys Origin naquela plataforma obtiveram o tal true ending. Considerando que nesse caso você só precisa jogar duas campanhas, ir uma vez de Yunica ou Hugo e então escolher o Toal, e tão poucas o fizeram, imagina o quão menor será a taxa para Treasure of the Rudras?

Então aqui entra a real motivação por trás de todo o texto.

O Game Cuts surgiu com um quadro para eu falar de um aspecto específico de um ou mais jogos que eu acho interessante de se discutir isoladamenta. Mas hoje eu queria utilizá-lo para fazer um apelo: completem todos os cenários de Treasure of the Rudras!

Eu sei que RPG é um gênero que as pessoas tendem a se afastar por serem jogos com dezenas e até centenas de horas de duração. Fora que a ideia de ter que zerar uma história três vezes, mesmo não sendo a mesma história, para acessar uma quarta vai desmotivar muita gente. As chances são que a maioria vai terminar um cenário e depois olhar o final verdadeiro no YouTube. Mas eu garanto que vale a pena fazer esse esforço extra. Até porque os desenvolvedores já tinham previsto isso. A progressão do jogo é bem mais acelerada do que a média dos RPGs. Os 15 dias avançam rápido com cada protagonista e você pode reaproveitar as magias poderosas que aprendeu na campanha anterior. Dá para fechar os três cenários em menos tempo do que terminar muitos outros jogos daquele período.

Então, se esse texto de alguma forma despertar seu interesse no jogo, torço que ele te incentive também a completar todas as campanhas. Não é exagero quando destaco a satisfação que dá quando você finalmente vê Sion, Surlent, Riza e Dune juntos pra chutar a bunda do último chefão!


Backlogger precisa do seu apoio para crescer. Então, por favor, compartilhe ou deixe um comentário que isso ajuda imensamente o blog. Você também pode me seguir em outras redes como Twitter, Bluesky Tumblr. Para mais textos do Game Cuts clique aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *