Chegando ao fim de mais um ano vai começar a temporada de listas. E as principais serão aquelas que elencam os melhores jogos de 2022. E é claro que eu eu quero entrar nessa brincadeira com a minha Jogospectiva 2022. Mas tem o pequeno problema que eu só joguei DOIS de todos os jogos que foram lançados esse ano. E isso é uma hábito recorrente. Ano passado, por exemplo, eu também. fiz a minha dita Jogospectiva 2021 Nela falei de todos os jogos que tinha zerado no ano e apenas três eram de fato de 2021.
Para esse ano eu não quero falar de tudo que joguei, portanto a minha lista será dos 16 “melhores” jogos que eu joguei em 2022. Entre aspas porque eu acho bobeira – e falso – esse lance de classificar os jogos como os melhores. Até porque a gente sabe que isso é na verdade um disfarce para os jogos favoritos da pessoa que fez a lista. Fora que tem outro fator que nenhuma lista representa de fato a quantidade de jogos que a pessoa queria listar senão ficaria um texto enorme. No meu caso, por exemplo, eu zerei 63 jogos esse ano e posso dizer seguramente que a maioria deles merecia entrar na lista. Por isso tive que criar meia dúzia de regras para conseguir escolher.
A principal está no próprio título, pois considerei apenas jogos que não foram lançados esse ano. Por conta disso jogos como Return to Monkey Island e Brok: The InvestiGator, que se tornaram dois dos meus jogos favoritos da vida, ficaram de fora. Também decidi desconsiderar aqueles que eu já tinha jogado e/ou zerado anteriormente. Portanto Chrono Trigger, Legend of Legaia, Legend of Mana, Hollow Knight, Cuphead, The Secret of Monkey Island, entre outros também foram desconsiderados. Também decidi manter apenas um título por franquia e assim não deu para citar Dragon Quest IV e Final Fantasy VI.
E para vocês terem noção de o quão difícil foi para escolher, eu aumentei o tamanho da lista três vezes. Originalmente eu ia falar só de dez jogos que é um número redondo, mas como não dava pra decidir, aumentei pra doze. Mesmo assim ainda tinha mais uns que eu queria incluir na lista e então subiu pra quinze. Consegui terminar a seleção, porém notei que ficou um de fora e não conseguia tirar nenhum outro item. Portanto fechamos com dezesseis. E eu ainda fiquei com vontade de ir para vinte, mas felizmente a preguiça falou mais alto.
Então, recapitulando, é isso! A seguir vou recomendar 16 dos 63 jogos que zerei em 2022 e se tornaram favoritos meus. Esse vai ser o último texto do ano antes das minhas curtas férias, retorno em janeiro com novidades. Agradeço a todos que tem acompanhado o blog e meu perfil lá no Twitter e espero que em 2023 continuem aqui comigo.
Agora vamos falar de joguinho!
1. SUPER MARIO LAND 2: 6 GOLDEN COINS / PLATAFORMA / GAME BOY / 1992
De uns anos para cá eu passei a respeitar muito o Game Boy. Isso porque volta e meia eu me deparo com um jogo que, apesar das limitações do portátil, conseguem entregar uma gameplay fantástica. Super Mario Land 2 foi um deles! O salto de qualidade que é dado do primeiro jogo, que era nada mais do que um minigame simples para acompanhar o lançamento do Game Boy, para o segundo é absurdo.
Claro que é bem óbvio notar a melhoria gráfica. Ela consegue representar muito bem a estética dos jogos contemporâneos do Super Nintendo e dá mais personalidade ao Super Mario Land 2. Mas o salto dado na jogabilidade é notável também, ainda que ela não quebre nenhum molde que tenha sido estabelecido na franquia anteriormente. A não ser que contemos a forma como o jogo usa as moedas em minigames para tentar ganhar vidas extras que é um detalhe trivial. Há uma maior quantidade e principalmente variedade de inimigos, fases e chefões do que encontrávamos no primeiro jogo, ficando no padrão de qualidade que você esperaria dos consoles.
O único problema, e nem chega a ser um grande problema, é que por conta dos “gráficos mais pesados” do Super Mario Land 2, o jogo de vez em quando sofre com algumas quedas de desempenho. Não é algo que atrapalha tanto assim a gameplay, porém é necessário pontuar. De qualquer forma, esse continua sendo um dos melhores jogos da franquia e certamente um dos melhores do Game Boy
2. BLACK MESA / FPS / PC / 2020
Pra não dizer que eu só jogo coisa velha. Ano passado eu risquei da minha lista uma velha pendência que eu tinha que era não ter jogado Half-Life. Adorei tanto o primeiro quanto sua sequência. Foi aí que um amigo lá do Twitter me disse que um coletivo de fãs tinha feito um remake do Half-Life original e valia a pena conferir.
E de fato ele estava certo!
É uma tarefa muito complicada querer mexer num jogo que simplesmente revolucionou o seu gênero, sendo um dos grandes marcos do FPS. É essencialmente cutucar um vespeiro. E o que eu acho que faz Black Mesa funcionar é que o jogo sabe que não precisa se tornar uma nova referência. Assim ele foca em otimizar aquilo que o seu original tem de mais datado. Em termos de jogabilidade, Half-Life se sustenta muito bem, contudo os gráficos são muito fruto da sua época.
Black Mesa mantém os design originais, porém trás texturas mais detalhadas e melhores animações que de fato melhoram a experiência. Algumas seções também são redesenhadas para melhorar o ritmo da gameplay e acrescentar uns novos e bem-vindos desafios. Além disso temos toda a reimaginação dos mapas de Xen que para mim são ao mesmo tempo a melhor e pior coisa desse remake.
Visualmente falando, essa nova versão de Xen é impressionante e acredito que até a equipe que trabalhou no original deve reconhecer que o coletivo mandou muito bem nessas seções. Porém elas pecam em estender por demais o tamanho dos mapas. Eles se alongam mais do que deviam quando o jogo deveria ganhar mais ritmo ao se aproximar do seu desfecho.
Fora esse tropeço na reta final, Black Mesa consegue entregar uma experiência tão boa, talvez até melhor, que o seu original. Não terá o mesmo impacto que Half-Life teve, porém isso pouco importa pra esse caso!
3. THE MAZE OF GALIOUS / METROIDVANIA / NES / 1987
É um tanto anacrônico chamar The Maze of Galious de metroidvania – talvez eu devesse adicionar um “proto” ali – contudo eu acho que é um termo que o descreve melhor que “plataforma de aventura”. Mas acho seguro dizer que ele é ao menos um precursor do metroidvania antes das bases desse estilo de gameplay se fundamentarem.
Esse é um jogo que já está se encaminhando a ser esquecido por conta da passagem do tempo. Eu nem mesmo sei como é que acabei descobrindo ele. Mas se tem alguma retro gamer e/ou entusiasta do metroidvania eu recomendo dar uma olhada nele.
O jogo tem vários problemas por conta da época em que foi produzido. É um pesadelo se orientar pelo mapa no começo e descobrir pra onde ir e para que os itens servem. Além disso em vários momentos você precisa fazer grind para recuperar HP ou ressuscitar um dos personagens. Por fim, vez ou outra os controles podem dar um pouco nos nervos.
Contudo eu acho que a experiência de Maze of Galious curiosa o bastante para valer a pena de se conferir. E o jogo tem suas qualidades em conseguir trabalhar dentro da sua limitação para criar inimigos que demandam tipos diferentes de ataque, algumas boas batalhas com chefões e uso de dois personagens com habilidades distintas que dada a época é um diferencial bem interessante. Mas reforço para se aproximem com precaução, afinal é um jogo com 35 anos de idade.
4. DRAGON QUEST V: HAND OF THE HEAVENLY BRIDE / RPG / SNES / 1992
Mencionado anteriormente, 2021 foi o ano em que comecei a explorar a franquia de Dragon Quest desde o seu início com a primeira trilogia do NES. E em 2022 foi o tempo para conhecer a dita trilogia de Zenithia. Dela, o Dragon Quest V é de longe o que mais gostei e entra fácil pra minha lista de RPGs favoritos da vida.
A franquia de Dragon Quest já vinha se melhorando nos últimos dois jogos na época. Dragon Quest III otimizou a jogabilidade e Dragon Quest IV mostrou o potencial narrativo que seus jogos poderiam ter. Dragon Quest V é a soma dessas melhorias, sem contar com o avanço gráfico que o Super Nintendo permitiu, com cores vibrantes que realçavam a sua atmosfera fantástica e davam mais vida aos designs criados pelo Akira Toriyama.
A jornada do protagonista é um dos pontos mais altos acho que até da história da franquia pelos rumos que trama segue. Tem alguns momentos que legitimamente pesados, apesar do tom mais leve do jogo, e adoro como ele quebra a expectativa sobre a figura do Herói que a própria série estabeleceu.
O único erro que eu acho que o jogo comete é reduzir a quantidade de personagens que você pode ter na sua equipe de 4 para 3. Pois quando um dos principais elementos da jogabilidade é a possibilidade de recrutar monstros, diminuir o número de personagens que você pode levar com sigo limita muito a diversidade de formações que você poderia criar. Isso foi consertado em outras versões como a de Nintendo DS.
Fora isso, não tem nada a adicionar a Dragon Quest V: Hand of the Heavenly Bride que não sejam elogios. É um excelente ponto para começar a conhecer a franquia caso não queira dar uma de doido e iniciar desde o NES como eu fiz.
5. ETERNAL DARKNESS: SANITY’S REQUIEM / AÇÃO-AVENTURA / GAMECUBE / 2002
Quando eu fiz aquela lista sobre jogos de terror que não são survivor horror, Eternal Darkness: Sanity’s Requiem era um dos nomes que estava no topo da minha cabeça então obviamente ele tinha que dar as caras por aqui. Essa foi uma das mais gratas surpresas que eu tive com jogos de terror desde que conheci Fatal Frame, a minha franquia favorita.
A jogabilidade de Eternal Darkness não é tão amigável assim, o combate dá seus tropeços e tem alguns sequências que são sofríveis de lentas. Mas em termos de gameplay esse jogo dá um banho. A atmosfera que usa e abusa dos temas de insanidade, incorporando-os na própria jogabilidade, é fenomenal e por vezes você se sente preso num pesadelo. E como a história sempre te leva a diferentes eras com diferentes personagens há uma constante sensação de novidade ao longo de todo jogo.
Eternal Darkness é uma das melhores expressões do terror cósmico dentro da mídia dos vídeo games e é notável a influência lovecraftiana que foi empregada nele. Como eu disse, salvo alguns momentos que o jogo fica um tanto chato por conta da complexidade de alguns puzzles, é uma perfeita mistura de aventura e horror.
6. THE WARRIORS / BEAT’EM UP / PLAYSTATION 2 / 2005
O filme de 1979, The Warriors – Os Selvagens da Noite, é o meu clássico cult favorito e sempre me refiro a ele como uma odisseia urbana. E a todo aquele indivíduo que aprecia essa magnífica obra da sétima arte eu recomendo muito o jogo!
The Warriors do PlayStation 2 é uma maravilhosa adaptação que aproveita das liberdades concedidas pela mídia de vídeo games para expandir o universo do original. Toda a primeira metade do jogo é dedicada a uma história completamente original onde temos a oportunidade conhecer muito mais desses personagens, como a gangue dos Warriors foi criada e também ver mais as outras gangues que não dispunham de muito tempo de tela no filme. Já a segunda metade adapta a história toda do filme e consegue traduzir muito bem cada sequência para o formato de uma gameplay.
O combate é outro ponto alto porque ele transmite a sensação caótica de se estar no meio de uma briga de rua onde não existem regras. Não é porrada honesta, mas é porrada boa. Em determinadas hora o jogo fica bem repetitivo e por não se tratar de um mundo aberto você tem pouca coisa para fazer além das missões. De qualquer forma os mapas passam aquele sentimento de uma Nova York desolada tal como a do filme e tanto o texto quanto a dublagem reproduzem o linguajar específico do universo da obra original.
Não temos tantos exemplos de beat’em up 3D, bons exemplos pele menos, e felizmente The Warriors está aí para preencher a lacuna.
7. GRIM DAWN / RPG DE AÇÃO / PC / 2016
Eu não deveria gostar de Grim Dawn. Isso não é uma crítica ao jogo, é um comentário sobre a minha personalidade.
Eu adoro RPGs de ação, porém o tipo de RPG de ação que eu gosto não é de outro estilo que aparecerá mais a frente em outro item da lista. Esse estilo que eu chamo de “planilha de Excel” onde o intuito é otimizar todos os atributos dos personagens, testando diferentes builds e skills é algo que eu costumo desviar. A exceção até então tinha sido Titan Quest que no caso tinha ao seu favor o fato de eu gostar bastante de mitologia grega. Mas decidi dar uma chance ao Grim Dawn já que era da mesma equipe e agora eu gosto mais dele do que de Titan Quest.
As mecânicas mais nucleares estão aqui, com as skill trees, classes secundárias, o HUD, etc. Porém Grim Dawn tem uma gameplay muito melhorada. O principal fator é que jogo tem uma progressão mais acelerada de personagem que permite você avançar rapidamente para conseguir a segunda classe, sem contar a adição de novos bônus e atributos, bem como um sistema de reputação, que expandem a possibilidade de builds a se testar além de dar ao jogador mais o que fazer durante o jogo.
No departamento de lore a equipe melhorou bastante também, não precisando se apoiar tanto numa mitologia pré-estabelecida para construir o mundo que a trama se passa e assim puderam ser mais criativos ao criar as regras desse universo. Claro que ainda é um tipo de gameplay que apela pra um tipo específico de jogadores, mas se eu acabei curtindo vocês tem chance também.
8. METROID FUSION / METROIDVANIA / GAME BOY ADVANCE / 2002
Eu sou apaixonado por Super Metroid. É um dos títulos que cimentou meu gosto por metroidvania. Mas se eu tiver num incêndio eu salvo o Metroid Fusion primeiro! Motivo esse que é, por mais que eu entenda como Super Metroid é extremamente para a franquia e para a história desse gênero, Fusion é meu favorito
Notavelmente mais linear que seu antecessor, o jogo usa essa linearidade a favor do roteiro sendo capaz de construir muito melhor a trama e dando uma enfatizada na Samus como personagem e não um mero avatar para o jogador. A jogabilidade não tem erro, é o padrão de qualidade que o próprio Super Metroid estabeleceu. Contudo ela dá seu charme pessoal ao ter na sua gameplay uma atmosfera de space horror mais forte. Não chega a ser um Dead Space, lógico, mas dá para notar que a equipe quis adicionar um pouco mais de tensão nesse título.
Se você é iniciante na franquia, esse é o jogo que eu indico para começar. A linearidade também serve para conduzir o jogador melhor pelo jogo e assim aqueles que não estão mais acostumados ao metroidvania tem menores chances de se frustrarem.
Não falei muito, mas acho que nem precisa se estender muito para Metroid Fusion. Apenas joguem!
9. TENGAI MAKYOU ZERO / RPG / SNES / 1995
Graças a atuação de bons samaritanos na internet que tem dedicados as suas vidas a traduzir antigos jogos que nunca chegaram a ser lançados fora do Japão hoje temos a chance de jogar ótimas obras como Tengai Makyou Zero. Esse jogo faz parte de uma série de RPGS, Tengai Makyou, que nunca navegou por águas estrangeiras então precisamos de patches para conseguir testá-los.
Tengai Makyou Zero é o único que eu joguei da franquia e foi uma boa decisão começar por aqui. Eu não costumo recomendar jogos só por causa dos gráficos, contudo aqui está a exceção. Tengai Makyou Zero é facilmente um dos jogos mais lindos que foram lançados no SNES e foi uma pena que o Ocidente não teve chance de jogá-lo na época. A direção artística é simplesmente linda e jogo tem essa incrível energia de um shonenzão de porra dos anos 80-90. De verdade, se você pegar para jogar vai ficar com a sensação que existe algum animê perdido dele por aí.
A história tem uns elementos repetitivos, mas pouco importa. Tengai Makyou Zero compensa com muita personalidade, boas doses de bom humor e, novamente, uma estética maravilhosa. A jogabilidade segue o esquema de RPGs de turno com batalha frontal, com o diferencial te ter excelentes animações e centenas de designs diferentes para os inimigos que nunca se repetem com uma paleta de cor diferente. O sistema de magia também dá seu toque especial, contudo eu continuo reforçando que o motivo para jogá-lo é por ser bonito pra cacete!
10. PENUMBRA / SURVIVAL HORROR / PC / 2007-2008
Hoje todo mundo conhece a Frictional Games por conta dos jogos de Amnesia, porém antes dela ser reconhecida com essa série ela teve uma “trilogia” anterior que serve essencialmente como um protótipo para série que viria a seguir. E coloquei entre aspas porque Penumbra na verdade tem dois jogos: Overture e Black Plague. O que era para ser o terceiro capítulo, Requiem, acabou se tornando uma expansão do segundo jogo.
O interessante de se jogar a série de Penumbra é ver como esses jogos serviram para moldar o que viria a ser Amnesia. E existe outro aspecto curioso que é como a série muda um pouco de um jogo para o outro. Em Overture você tem o básico da série: gameplay focada em explorar mapas, resolver puzzles e coletar documentos que explicam a história. Há umas mecânicas de sanidade, porém que faltavam polimento. E em Overture você pode se defender de inimigos com um combate rudimentar em primeira pessoa. Já em Black Plague o jogo remove a possibilidade de se defender, mas compensa com uma atmosfera mais desconcertante que dá uma excelente sequência ao mistério construído no título anterior. E Requiem remove por completo os monstros e faz um jogo 100% orientado em puzzles.
A história e a atmosfera fazem valer a experiência. O grande problema é o final do segundo jogo que parece rushado e você sente que deveria ter de fato um terceiro capítulo e não uma expansão. A mudança do Black Plague para o Requiem também tem chances de decepcionar um pouco pela foco nos puzzles e uma narrativa mais ambígua. Mas no quadro geral, acho que a série merece uma atençãozinha.
11. THE WITCHER / RPG DE AÇÃO / PC / 2007
Como muita gente, eu vim a conhecer a franquia de The Witcher por meio do terceiro jogo, The Wild Hunt. Depois de zerá-lo na época, eu até tentei jogar o primeiro, contudo acabei desanimando. Porém esse ano me dispus de jogar até o fim e foi uma experiência até que bem agradável.
O problema de The Witcher é, como eu coloquei num texto anterior, que ele sempre ficará a sombra de The Wild Hunt que foi onde provavelmente 90% da fanbase começou, o que deixa mais com cara de antiquado. Claro que eu acho um exagero dizer que ele envelheceu mal, porque existem características como o roteiro, a construção do universo, a ponte perfeita que ele faz entre os livros e os jogos, e todo o conflito entre os Scoia’tael e a Ordem da Rosa Flamejante que tornam a experiência sempre válida.
Por outro lado, o combate é desanimador para muitos e se torna monótono depois que você alcança níveis mais altos. Os gráficos não são um problema, mas dá pra notar que a animação é truncada em vários momentos e a repetição de modelos para os personagens consegue ser muito evidente, apesar que nesse último aspecto eu acho que The Witcher compensa bastante com a caracterização.
É um bom jogo sem dúvidas, com alguns problemas que podem ser explicados facilmente por ser um dos primeiros jogos do estúdio e que infelizmente fica subestimado por conta do último jogo da trilogia.
12. FINAL FANTASY VII / RPG / PLAYSTATION / 1997
Ao contrário de Dragon Quest que eu decidi explorar desde o começo, com Final Fantasy eu estou indo em títulos específicos. Esse ano foram dois dos maiores clássicos da franquia, Final Fantasy VI e Final Fantasy VII. Cá entre nós, o VI é o meu favorito. Porém eu reconheço o impacto maior, tanto para série quanto para a indústria, que o VII promoveu. E é triste que por conta da ingratidão do tempo, que foi tema de outro texto aqui do blog, a grande parte dos jogadores mais novos não vão entender inteiramente o marco que ele foi por não terem vivido a época.
Tematicamente bem denso, coisa que o Final Fantasy anterior já vinha fazendo, e com vários personagens icônicos dessa franquia que são lembrados até hoje, Final Fantasy VII é aquela evolução que deu mais gás para a franquia consegui se estender por anos a fio. A guinada mais cinematográfica é um dos pontos que mais fortes pra mim e o jogo usa muito de ângulos para transmitir melhor a emoção de diversas passagens.
Em termos de jogabilidade, os gráficos 3D permitiram as lutas terem mais ação, embora algumas animações exageram no tempo de duração o que deixa o combate evidentemente mais lento. O jogo também cria diversos minigames, o que é ótimo para quebrar o gelo, mas fica faltando um polimento em um e outro igual o de snowboard.
Esse é outro que não tenho muito que falar afinal muito já foi falado sobre Final Fantasy VII ao longo de todos esses anos. Então só adiciono minha voz aqui ao coro de recomendação, mesmo sabendo que a maioria vai preferir jogar o remake.
13. LEGEND OF THE RIVER KING 2 / PESCA / GAME BOY COLOR / 1999
Nota do autor: o motivo de eu subir a lista para de 15 para 16 é porque se eu não fizesse eu teria que tirar ou Final Fantasy VII ou The Witcher para dar espaço pra esse joguinho de pesca. Não estou sendo irônico!
Como eu disse no começo do texto, aprendi a ter um grande respeito pelo Game Boy e isso se estende ao Game Boy Color também. E outro detalhe da minha personalidade é que eu adoro minigames de pesca em JRPGs. Tipo, muito mesmo! Então saber que existia a franquia Kawa no Nushi Tsuri foi um deleite esse ano. É uma franquia bem nichada que começou lá nos tempos do NES. A maioria dos jogos também nunca saiu do Japão, sendo Legend of the River King 2 uma das exceções.
Achei fantástico como ele consegue construir uma gameplay de pesca tão divertida e de certa forma complexa. Você tem diferentes iscas, varas de pescar, anzóis, muitos peixes e até tem uma física simples com os rios que podem carregar tanto a isca quanto o personagem. Há uma historinha bem direta e um sistema rudimentar de RPG que dão mais personalidade ao jogo em comparação com outros jogos de pesca mais tradicionais.
Além disso, ele tem um clima gostosinho de cidade do interior que acaba sendo relaxante. Não é um jogo pra todo mundo, sei disso, mas se você é como eu e tem um gosto maior pelos minigames de pesca, dá uma checada nesse! Pode pular direto pra sequência que é uma versão bem melhorada do outro título lançado pro Game Boy Color no ano anterior
14. YS ORIGIN / RPG DE AÇÃO / PC / 2006
De todos os jogos da lista esse era o único que tinha sua vaga 100% garantida. Ys é uma franquia antiga de RPGs de ação que eu vim a conhecer anos atrás e desde então ela se tornou a minha série favorita do gênero. Em especial os jogos da “fase” dos anos 2000 que engloba Ys VI: The Ark of Napishtim, Ys: The Oath in Felghana – o meu xodózinho – e, por fim, Ys Origin. E ele quase desbanca o meu favorito!
Em termos de jogabilidade ele não traz nenhuma grande novidade pra série, é bem aos moldes dos dois títulos anteriores. É uma ação rápida e eletrizante que conta com as melhores lutas de chefão que você pode encontrar. Isso é uma característica em comum de toda essa fase de Ys.
Mas o que torna esse jogo tão fantástico pra mim são seus protagonistas e o arco que cada um deles passa. Não é a toa que eu fiz um ensaio justamente para discutir exclusivamente esse aspecto de Ys Origin. A história do Toal é pessoalmente a minha favorita, até porque ela é considerada a canônica e melhor se conecta com os eventos do primeiro Ys. Porém tanto a história da Yunica quanto a do Hugo são fantásticas e a transformação que cada personagem passa ao longo das suas jornadas é maravilhosa de se acompanhar.
Para uma franquia que não costumava dar uma ênfase no desenvolvimento dos seus personagens, conseguir fazer isso três vezes com três protagonistas diferentes foi um feito e tanto. Joguem ele e os dois que citei também porque Ys é fantástico!
15. FLASHBACK / PLATAFORMA / MEGA DRIVE / 1992
Os ditos cinematic plataformers são um gênero distinto que eu queria conhecer mais do que apenas o clássico Prince of Persia e Another World. Comecei a dar um passo a frente agora com Flashback.
Eu geralmente não gosto de realismo aplicado a jogos, acho não-natural a esse tipo de mídia, mas o caso dos cinematic plataformers é uma uma exceção que eu abro. É um pouco frustrante você não ter a mesma liberdade pra fazer acrobacias e tudo mais, porém é uma mudança bacana de ares para se ter de vez em quando.
Mas enfim, Flashback! É um jogo bacana que tem uma ambientação bem específica de ficção científica que a gente não costuma ver mais hoje em dia onde você vê que existe uma mistura em temas futuristas e da antiguidade. O universo criado para o jogo visualmente é bem interessante e ele se esforça para ter uma boa história dentro dos limites narrativos de um jogo de plataforma.
A história te leva por cenários distintos um dos outros que fortalecem o sentimento de world–building que o jogador pode perceber, ainda que alguns saltos precisam ser dados na história que é uma característica bem compreensível para época. Por fim a animação é outro destaque, algo que já tinha me impressionado em Another World, pela forma que consegue criar cutscenes já que naquela época, ao menos nos consoles, estávamos acostumados com animação com base em sprites, quando não recorriam a uma mera imagem estática com texto embaixo.
16. S.T.A.L.K.E.R: SHADOW OF CHERNOBYL / FPS / PC / 2007
E pra finalizar a lista vamos de S.T.A.L.K.E.R: Shadow of Chernobyl, um cara que mal conheci mas já considero pacas! O que me conquistou quase que de imediato no jogo é que a atmosfera de desolação, marcada por uma constante melancolia, me lembrou bastante de A Estrada, adaptação do livro de mesmo nome, que é um dos meus filmes pós-apocalípticos favoritos.
A brutalidade do mundo de S.T.A.L.K.E.R é bem visceral no sentido de ser íntima. É um vazio existencial que a gente está pouco acostumado de ver em jogos que tendem a priorizar o espetáculo. Por isso o combate parece ser tão punitivo e as outras mecânicas do jogo que intencionalmente dificultam a sua experiência para transmitir a dificuldade de existir e sobreviver nesse ambiente. Mas ainda acho que seria válido um fast travel ali porque andar milhares de metros para concluir a missão é foda!
Eu nem me interessei tanto assim pela história e o lore, acho que aqui o que faz valer é a mera experiência do jogo. Mas os diferentes finais que tem uma qualidade de A Pata do Macaco, é um conto real e não apenas uma expressão popular, que representam muito bem esse tipo de brutalidade do universo que o jogo passa o tempo todo esfregando na sua cara.
Assim encerro a lista e o ano do blog. Dentro de alguns dias vou estar oficialmente de férias então vou tirar um tempinho de recesso das minhas atividades online. Voltarei em janeiro e, como mencionei anteriormente, é bem possível que o blog retorne em outro domínio. Boas festas para vocês, um feliz Natal e um próspero Ano Novo!
O Backlogger precisa do seu apoio para crescer. Então, por favor, compartilhe ou deixe um comentário que isso ajuda imensamente o blog. Você também pode me seguir em outras redes como Twitter, Facebook e Tumblr
Excelente lista, Belmonteiro! É sempre bom ver alguém dando amor a Metroid Fusion, e eu também gosto bastante de Super Mario Land 2 (apesar de que, não sei por que, eu prefiro o 1. Eu sei que o 2 é objetivamente melhor, mas meu cérebro teima em preferir o primeiro jogo. Vá entender!), os dois jogos desse artigo que eu já tive a oportunidade de jogar. Mas já anotei alguns aqui pra ver se incluo na minha lista de jogos para o ano que vem!
Hahaha, pior que eu consigo entender porque na época que eu tava jogando o Super Mario Land 1 e 2 eu vi muita gente dizendo como o 1 era o xodózinho deles. E feliz que tenha gostado da lista!