Se – infelizmente – você é uma pessoa muito ativa no Twitter como eu – infelizmente de novo – as chances são que hoje você acordou com um tweet particular nos assuntos mais comentados. O autor não foi ninguém menos que o Capitão Infâmia, mais conhecido como Monark, que na primeira semana de 2024 achou que seria uma boa tweetar isso:

Essa fala, assim como muitos dos “clássicos” que o Monark já soltou, produz uma reação paradoxal. Ao mesmo tempo que a gente se surpreende (e se revolta) com o que ele escreveu, também lá no fundo da nossa mente já sabíamos que uma hora ou outra ele falaria algo desse tipo. Pessoalmente, eu sabia que era questão de tempo. Tempo atrás eu escrevi esse texto: Monark, MC Pipokinha e a corrida do ultraje. Nele eu comento sobre a pira na qual o principal aliado na luta antidrogas se enfiou nos últimos anos onde ele não tem outra forma de chamar atenção senão for escrevendo ou falando barbaridades cada vez maiores.

Esse é o modus operandi do Monark e de uns tempos para cá as suas sandices tem levado a consequências cada vez maiores para a sua vida. Desde aquele texto ele já:

Aquele tweet que eu mostrei no começo vem em sequência a esse último ocorrido. Ao que nos leva a imaginar com certa morbidez qual será a próxima fala eufemisticamente controversa que o Monark irá soltar. Poderíamos até dizer que só falta ele defender abertamente crimes, entretanto nem isso seria uma surpresa dado o que ele já falou ano passado. De qualquer forma, é uma das certezas da vida que o Monark VAI encontrar algo pior para falar!

Meme sobre o Monark que de tempos em tempos consegue encontrar algo ainda pior para falar
Sábias palavras, sábias palavras…

Sabe aquela frase sobre como quando você chega no fundo do poço o único caminho é para cima? O Monark é um contra-ponto. Ele é uma daquelas pessoas que mostra que, pelo contrário, dá sempre para cavar um pouco mais para baixo. Você nem precisa estar muito atento para identificar o círculo vicioso no qual ele se meteu. Monark fala besteira, a besteira repercute, ele sofre consequências pela besteira e tempo depois ele fala outra besteira maior que a primeira. Bom, às vezes nem maior, apenas tão ruim quanto. Em vez de aprender, mesmo que minimamente, com o que aconteceu, o Monark usa isso como uma justificativa para permanecer nessa sua cruzada imaginária. Eu digo imaginária porque é só na sua cabeça e de seus seguidores que o Monark representa uma ameaça ao “sistema”.

Com essa do YouTube banindo os canais dele, o Monark já falou que estão “tentando apagar a sua existência”, porém a realidade é mais simples. Nossa, mas é muito mais simples mesmo. Talvez até decepcionante para quem acha que tudo isso é um tremendo thriller político. A plataforma só está cansada de receber centenas de denúncias e ordens judiciais por divulgação de notícias falsas e teorias da conspiração no canal dele. Semanas atrás ele levou o despirocado Sandro Rocha para falar seriamente sobre ET Bilu e Ratanabá, pelo amor de Deus. Porra, o cara que se julga tão talentoso para identificar tendências ainda não percebeu que o YouTube está menos tolerante com esse tipo de “conteúdo”? Não existem poderosos querendo a cabeça do Monark, só um monte de chefe de departamento torcendo para ele parar de dar trabalho.

O Monark não é esse perseguido político que parece que ele tem tanto tesão em ser. O agora ex-youtuber nada mais é do que um bobo da corte digital. Foi mal se você acredita nisso, mas ele não representa qualquer com essas maluquices que vem repetindo na internet tão a finco. Se a “elite” tivesse medo do Monark, pode ter certeza que a esse ponto alguém já teria colocado a azeitona na testa dele. Ele somente cria uma tremenda dor de cabeça para os sites que se instala. Se existe uma ameaça factível na existência dele, é apenas para as marcas que querem investir em publicidade nessas plataformas.

Sabe aquele meu texto sobre o redemoinho da intolerância que fiz para falar de alguns gamers relativamente conhecidos na internet? O Monark se encontra num contexto similar, entretanto há uma pequena diferença. O problema dele não é intolerância, preconceito ou mau-caratismo, é apenas burrice e imaturidade mesmo. E um pouco de paranoia também! Monark prefere acreditar que é esse exilado político e que estão tentando calar porque ele abala o status quo porque é menos danoso que admitir pra si mesmo que é apenas um Peter Pan moderno, irritante e muito do besta. Ele se meteu a defender uma causa que nem mesmo entende direito e sofre as consequências da sua própria falta de bom-senso constantemente.

E vejam bem, eu nem nego que tem sofrido um certo grau de perseguição política do judiciário brasileiro. Tem bolsonarista que pediu abertamente por golpe de estado que se ferrou bem menos que ele. Porém eu também não vejo o Monark como uma vítima do sistema como ele e alguns dos seus ainda defensores tentam convencer o público. Dá sim para questionar e criticar algumas decisões do Xandão nessa história, mas não da forma conspiratória que a alt right brasileira de rede social faz.

O Monark é seu próprio algoz e teve oportunidades o bastante para tentar melhorar sua atuação na internet, contudo ele se recusa aprender com todos seus erros passados e escolhe usá-los como um trampolim reverso. Tudo que acontecer com o Monark daqui para frente, tal como tudo que já aconteceu, apenas virará mais combustível para alimentar as paranoias de perseguição e a imagem de último defensor da liberdade de expressão que ele tem de si. Agora só nos resta esperar qual vai ser a próxima grande sandice para pautar o discurso da internet por alguns dias e deixá-lo mais próximo de precisar arranjar uma carteira de trabalho.


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