Revisitando os comentários do meu texto de "Não, colega! Pokémon NÃO copiou Dragon Quest"
They beating my ass in the comments

Dia 22 de janeiro de 2024, o fatídico dia que decidi publicar o famigerado Não, colega! Pokémon NÃO copiou Dragon Quest. Um mês depois cá estou eu revisitando os comentários do texto porque não tenho nada melhor para fazer da minha vida no momento e preciso manter o blog ativo.

Acho que cabe chamar aquele texto de famigerado porque, dada as devidas proporções, ele foi mais “viral” nos últimos 90 dias. Por que ‘nos últimos 90 dias’ e não ‘nos últimos meses’? Porque agora eu me comunico em Google Analytics agora. A última vez que conferi, o texto de Pokémon e Dragon Quest chegou a desbancar o artigo que fiz durante as primeiras temporadas do caso Raluca. Sem contar que ele é agora a publicação com maior número de comentários, com ampla vantagem sobre O Último Virgem Americano. Aliás, deixa eu dizer que me dá uma satisfação especial saber que o texto desse filme é um dos mais vistos. O lado ruim é ver buscas como ‘filme porno virgem’ ou ‘porno sexo virgem’ trazendo gente para cá. Seus doentes!

Contudo, se for para adjetivar o ‘Não, colega! Pokémon NÃO copiou Dragon Quest’, acredito que o termo mais correto seria infame. Como eu disse, acabei revisitando os comentários do texto e tive muitos sentimentos mistos. Alguns me trazem muita alegria, como esses diálogos maravilhosos protagonizados por mim e grandes intelectuais da internet como o BucetoLord:

Revisitando os comentários de um texto do mês passado. Aqui temos um diálogo deveras intelectual de um comentário que recebi aqui no Backlogger
Saudades de você, BucetoLord.

Infantilidades a parte, minha e de alguns comentaristas, também tem uns comentários que realmente me incomodaram. Não pelos insultos a minha pessoa, isso aí é de boas, mas sim a (falta de) interpretação das coisas que falei. Isso levantou questões importantes que com toda certeza eu NÃO irei considerar no futuro. Infelizmente eu me conheço bem demais pra saber que sou imune ao “melhore, mana”.

Bom, acho difícil alguém não saber o contexto dessa história. Mas como eu finjo ser um comunicador aqui nesse blog, vamos passar rapidamente pelo caso:

Mês passado Palworld entrou em acesso antecipado. Em poucos dias o jogo se tornou uma febre na internet e dominou o discurso mainstream por um bom tempo. Positiva e negativamente. Quando anunciaram esse jogo, dois ou três anos atrás – não lembro a data e não me importo o bastante com Palworld para conferir – rolou o papo de chamá-lo de “Pokémon com armas”. Dado a imensa popularidade que o jogo conquistou, as pessoas reviveram essa história e começou-se um discurso que os pals eram modelos copiados dos pokémons.

A fanbase de Pokémon não tem a melhor das reputações e a fanbase instantânea que Palworld produziu não fica atrás. Muitos deles se prontificaram a defender a honra do joguinho que tinham acabado de virar fã. Embora tenha um certo deboche no meu tom, acho completamente justo as pessoas debaterem essa questão. O problema é que decidiram fazer isso de uma maneira, eufemisticamente falando, não muito esperta. Alguém acabou pegando um meme de 2020 que forçava uma comparação entre o Pokémon e os monstros de Dragon Quest para dizer que um plagiou o outro. Se fosse apenas zoeira de internet estava tudo bem. Contudo, para minha surpresa, tinha gente REALMENTE achando que o meme configurava um argumento válido. Isso me levou a escrever um artigo, eufemisticamente falando de novo, discordando desse ponto de vista e mais um segundo texto em sequência.

Esse último não chegou a ter o mesmo resultado do anterior, mas eu já esperava por isso. O primeiro foi um dos raros momentos em que eu mostrei entender de SEO – que eu já expliquei o que é em OUTRO texto do caso Raluca – e aplicar suas técnicas com eficiência. Olhando para treta eu soube que uma das principais pesquisas no Google seria ‘pokémon copiou dragon quest?’, portanto eu formatei o texto com o objetivo de ter o melhor resultado para essa busca. Eu sou arrogante, mas tenho minhas inseguranças nas minhas habilidades então foi uma surpresa ver que deu certo. Se você pesquisar lá provavelmente um dos primeiros resultados será o meu texto:

Uma demonstração de como eu consegui ser espertão no SEO
Tá orgulhoso, pai?

Muito bom para mim, né? Mais ou menos! Revisitando os comentários vocês entenderão o porquê.

Ao longo da história do Backlogger, e no meu tempo na internet como todo, já demonstrei uma certa tendência em me expressar com uma certa agressividade principalmente quanto o assunto é vídeo game. Eu sei que sou uma pessoa desnecessariamente beligerante em tópico fúteis. Essa é uma crítica que se lançada em minha direção não posso fazer nada além de ficar parado e deixar que ela me acerte. Por isso que nem sei porque me prontifiquei a fazer aquela resolução para 2024 de ser uma pessoa mais tranquila, já que nem passamos do primeiro trimestre e eu acho que já quebrei essa promessa de cinco até oito vezes no Twitter.

Quando eu inicio o texto falando “não, imbecil!” eu não estou convidando o leitor a ter qualquer boa vontade comigo. Foi exatamente o que eu falei naquela polêmica do Omelete. Porém, em minha auto-defesa, issa aquilo foi só trocadilho com a ideia de “resposta curta E grossa“. Só que não tem como justificar depois no texto quando eu falo:

Vamos a um breve ataque gratuito: se você realmente concorda com a imagem acima ou você é burro, ou você desonesto ou você burro e desonesto.

Aí não tem como discordar. Eu pedi para uma galera ficar ofendida. Mas sabe de uma coisa? Continuo achando isso! Vou dobrar a apostar porque se você olha para um meme e vê nele um argumento convincente tu é um tremendo de um burrão mesmo!

Mas, revisitando os comentários do texto, eu quero acreditar que o grande problema na verdade foi a interpretação das pessoas e assim não preciso assumir a culpa de nada. Porque, ao meu ver, teve gente que achou que eu estava criticando quem gostou de Palworld. Eu até tenho minhas críticas em relação ao jogo por ele parecer algo produzido com lógica de algoritmo, contudo meu alvo era quem estava usando o meme como um argumento real. Não só acho isso uma imbecilidade tremenda como também é uma sacanagem com Dragon Quest que tem nada a ver com essa briga de torcida.

Pois bem, qual é a minha intenção revisitando os comentários agora, hein? Pedir desculpas? Reconhecer algumas das “críticas” que recebi? Apenas rir dos comentários? Será um pouco de tudo? Num sei! Fica aberto a interpretação do leitor que eu não tenho a menor fé nela.

De qualquer forma o texto gerou umas interações divertidas. As minhas favoritas foram dois caras, um alegando ser um desenhista e outro sendo um designer, que com toda certeza não eram adolescentes se fazendo passar por profissionais da área. Até porque eles me refutaram com FATOS e LOGÍCA e não apenas com um ‘confia’ do Will Smith.

Acredito na sua palavra, Rafael!

Sigo aguardando os argumentos que o colega desenhista aí disse que tem. Também sigo aguardando a fonte de um outro comentário em que a pessoa disse que um desenvolvedor que trabalhou na Pokémon Inc. convenientemente revelou numa entrevista que modelos de monstros do Dragon Quest V foram usados no Pokémon. Quando o link chegar na minha mesa eu atualizo o texto, porém algo me diz que jamais verei essa entrevista que com toda certeza aconteceu. As pessoas não inventariam informações para defender algum ponto na internet, inventariam?

Acho que esse é o único comentário que vale a pena destacar em imagem. O feito pelo colega designer é basicamente uma versão mais curta onde o cara afirma que é plágio “porque sim, Zequinha!”. Aqui nós apreciamos pessoas sucintas e que dão carteiradas falsas para defender a honra de joguinhos. Teve uma galera também muito perspicaz que percebeu que eu sou na verdade um grande fã da Nintendo e de Pokémon também, mesmo que A Concierge Pokémon tenha sido a única mídia da franquia que eu consumi em mais de uma década. Achei que conseguiria disfarçar, mas não contava com a astúcia de vocês. É NINTENDO OU NADA!!!

Ah sim, teve o jovem Nelson. Como pude esquecer do jovem Nelson? Ele quem me deu um esporro por estar “desvalorizando a inovação de um game indie”. Sim, um aquele game indie inovador, o *checa anotações* Palworld. Se tem algo que a Pocket Pair é conhecida é pelos seu jogos INCRIVELMENTE INOVADORES. Palworld não pegou a jogabilidade de mais de uma dúzia de jogos de sobrevivência e construção que apareceram no mercado pós-Minecraft. Claro, que não! Quem faria uma coisa dessas, não é mesmo? É de fato uma experiência única e original em todos os seus elementos feito para mover a mídia para frente e não capitalizar em tendências populares. Palworld é amor, Palworld é vida!

Ok, desativando o deboche agora, eu não queria mesmo que o texto fosse levado para esse lado. Meu ponto segue criticar quem usa um meme de 2020 como um argumento sério. Para quem achou que eu estava falando mal do jogo só não peço desculpas porque seria falsidade. Acho Palworld dolorosamente medíocre mesmo. Porém eu não me incomodo com quem gostou, pelo contrário, que bom que tenha gente se divertindo. Vocês não sabem da metade das porcarias que me entretém, não estou na posição de julgar ninguém nesse caso.

Só peço que deixem outros jogos fora dessa história. Sério, Dragon Quest não fez nada de mau à vocês para ser jogado no meio desses grupos terroristas que se identificam como fanbases. E, por favor, não me façam repetir novamente que os monstros são baseados nos mesmos animais e mitos. Eu estou cansado, chefe!


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