Dificilmente eu cubro lançamentos de jogos no Backlogger. Bom, pelo menos quando não se trata de polêmicas. São pouquíssimas as exceções e casos pontuais, como Dave The Diver ou Return to Monkey Island. Eles só aconteceram porque eu ganhei esses jogos de alguns amigos. A crítica de Maiden Cops cai nesse caso também, presente do meu amigo do canal The Flying Kick que eu vivo fazendo publicidade gratuita por aqui.
Isso tem um lado bom porque me torna capaz de surfar no hype inicial que se forma ao redor de todo lançamento, por maior ou menor que seja. Assim, tenho mais chances de aparecer nos primeiros resultados das pesquisas. Porém também existe um lado ruim que é uma possibilidade remota da minha crítica ficar datada. Eventualmente isso acontecerá com meu texto de Maiden Cops e eu já aceitei esse destino.
Eu falo que é uma possibilidade remota por conta da forma que eu analiso jogos. Por não me interessar pela apelidada “review de geladeira”, que descamba para um guia de consumo, e focar em transmitir (na maioria dos casos) uma visão sobre aquela obra, os pontos que eu toco dificilmente vão se alterar com o tempo. O problema é que na crítica de Maiden Cops eu sigo por outra linha. A ideia central do texto é como o jogo é “equilibrado” no sentido de ter tantos pontos positivos quanto negativos. Só que vídeos games tem uma característica que, enquanto os pontos positivos tendem a se manter com a passagem do tempo, os pontos negativos tem chance de serem mitigados com um ou mais patches. Cyberpunk 2077 está aí para mostrar que essa possibilidade é real.
O mesmo processo está em andamento em Maiden Cops. Ontem saiu uma atualização que conserta vários dos problemas que eu e outras pessoas tivemos com o jogo. Agora tem mais itens de cura pelas fases, reduziram o tamanho da sequência de moto, quando você passa para uma nova fase as personagens recuperam todo o HP e a Meiga pode usar armas leves. Antes disso, houve outras atualizações que fizeram mais ajustes na jogabilidade como a defesa não consumir mais energia e o aumento do respawn dos capangas durante as lutas contra chefões. Ainda dá para mexer em mais coisas, como a IA, e pelo andar da carruagem isso deve acontecer em algum momento.
Portanto, boa parte dos pontos que eu trouxe na minha crítica de Maiden Cops não se aplicarão mais nas versões futuras do jogo. Então vamos para aquela frase clichê da internet: e tá tudo bem! Eu já até esperava por isso, tanto que no último do parágrafo eu falo:
Se me permitem uma sugestão, aguardem um tempo para ver se sai um patch ou dois para tentar corrigir alguns desses problemas para você ter uma experiência mais agradável. Ah sim, outra dica: não joguem quando tiver visita em casa. Foram tantas, tantas explicações…
Nem todo texto meu precisa ser como o de Stardew Valley ou de Dodgeball Academia que considero ter temas mais “atemporais”. Até mesmo para alguém que já conhece e jogo os dois títulos, eu acredito que consegue tirar algo a mais nessas críticas, uma vez que elas não se preocupam tanto em analisá-los em termos de desempenho e gameplay. Maiden Cops, por outro lado, foi algo que se aproximou ao formato da “review de geladeira”, ficando mais suscetível ao efeito do tempo. Porém eu vejo que esse é o tipo de crítica que tem sua função também. Se não fossem vozes apontando os problemas do jogo logo após o seu lançamento, é possível que muitos deles não teriam sido revistos pelos desenvolvedores.
Então se daqui uns meses a minha crítica de Maiden Cops perder sua utilidade porque a sua nova versão é bem diferente da que eu joguei, paciência. Já fiz o meu trabalho no período que ele era necessário. Por isso eu nem pretendo revisar aquele texto, porque eu teria que mudá-lo na sua ideia central. Melhor deixá-lo como está como um registro histórico. Ok, tô enchendo demais a bola de uma crítica de um jogo de beat’em up com peitudas, mas acho que vocês entenderam meu ponto. O que está feito, está feito, agora é bola pra frente que tô cheio de texto no meu backlog para me preocupar mais.
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Esse é um dos maiores pontos positivos da indústria e ao mesmo tempo é também um dos maiores pontos negativos. É interessante ver as desenvolvedoras aperfeiçoando o jogo por 1-2 anos pós-lançamento, ao mesmo tempo que é desconfortável perceber que o padrão atual é: os primeiros compradores são praticamente o teste final.
Isso freia um pouco o ímpeto, pelo menos o meu, de comprar um jogo no lançamento, haja vista saber que com um pouco de paciência eu vou ter acesso a uma versão melhor daquele produto.
Infelizmente isso faz a crítica virar aquilo que eu não gosto que é guia de consumo, mas eu tô disposto a certas concessões nesse contexto já que é um pequeno estúdio. Pelo menos, pensando pelo lado positivo, acaba ajudando algumas pessoas a terem uma reação melhor ao jogo. Não tenho dúvidas de quem resolveu dar uma segurada antes de comprar o jogo até os patches saírem vai ter uma experiência muito melhor do que eu tive.