No texto de um ano de Backlogger, eu mencionei como estava pensando em criar mais um quadro aqui. Pois bem, eu criei mais um quadro aqui: Belmonteiro’s Log.

O nome pode ser familiar para um total de duas pessoas – sendo que uma delas sou eu – porque é uma referência ao “site protótipo” do que é hoje este blog, o Belmonteiro’s BACKlog. Nota-se como eu tenho uma imensa criatividade para nomear as coisas, né? Enfim, assim como as Rapidinhas, Double Down e Três por Dez a ideia é fazer uma série de textos que tenham um elemento em comum bem específico entre eles. Aliás, preciso voltar a escrever para o Double Down e o Três por Dez porque faz tempo que não visito esses quadros.

Pois bem, a ideia do Belmonteiro’s Log é resgatar a qualidade mais íntima que data dos primeiros blogs que surgiram pela internet. Essencialmente tudo que eu faço aqui no Backlogger se orienta demais na noção de conteúdo para internet e eu queria trazer um pouco mais de pessoalidade para cá. Eu sei que meus textos transparecem bastante da minha personalidade, meu problema é que eu sempre estou fazendo esses pensando que é algo que alguém talvez tenha interesse em ler sobre determinado tópico. Eu até tenho toda uma seção aqui no site dedicada a esse tipo de publicações de caráter mais pessoal, porém vocês podem ver que os textos também tem um lado argumentativo ou reflexivo.

O melhor exemplo que me vem a cabeça é A sua infância não vai voltar e está tudo bem!, que foi um texto que escrevi na época do meu aniversário. Só que não foi apenas um comentário sobre eu completar 30 anos, ali dividi algumas reflexões sobre as idealizações que fazemos do nosso passado. Portanto o texto acabou se tornando sobre outra coisa muito além da minha vida. A mesma coisa se aplica a Epic Games “Store” & eu cuja ideia inicial era um comentário banal sobre como eu tenho todos esses jogos na Epic Games. Entretanto virou uma conversa mais ampla sobre o que eu acho que a empresa está fazendo de errado para se estabelecer como uma loja de venda de jogos.

Ou seja, por mais que sejam textos pessoais ele ainda tem essa cara de “coluna de opinião” que se assemelha a outro quadro aqui do blog que é o BO da Semana. No Belmonteiro’s Log, a minha intenção é fazer textos com um linguagem descontraída é que não possui qualquer intenção de argumentar a favor ou contra qualquer tópico. Tanto que serão textos que nem sempre terão alguma conclusão de fato. Vai ser algo apenas para quem está interessado em me ouvir das futilidades mundanas da minha vida.

Certo! Explicações feitas, então bora para a pauta de hoje.

EU NÃO CONSIGO JOGAR
DIVINITY: ORIGINAL SIN!

Divinity: Original Sin é um dos RPGs ocidentais que tenho tentado jogar, mas não consigo me motivar a avançar no jogo

… ok, mas como chegamos até aqui?

Divinity: Original Sin está parado na minha biblioteca da Steam desse o ano passado. Ganhei o jogo do meu amigo e terapeuta gratuito Savino, criador do canal The Flying Kick e da revista digital Brawler’s Alley, mas como meu backlog é uma bagunça eu não consegui jogar naquele período. Então em janeiro eu decidi que seria hora de esvaziar mais um pouco essa minha lista começando por Divinity. Eu instalei o jogo, caso minha memória não me falhe, ali na primeira semana do mês depois de terminar Thimbleweed Park e Scott Pilgrim vs The World: The Game. Significa então que nesse momento eu já devo ter zerado ou então estou próximo de zerá-lo, né? Não! Nesse momento eu estou jogando The Grinch.

Brincadeira! Na verdade eu zerei The Grinch. Eu estou jogando Digital Devil Story: Megami Tensei e vendo uma penca de filmes em preto e branco. Sério, pelas minhas contas eu já vi uns dez filmes indo da década de 20 e até 50 nas últimas semanas, geralmente nos horários em que jogava o Divinity: Original Sin.

Para quem me acompanho no Twitter não uma surpresa. Eu tenho essa mania de começar um segundo jogo enquanto não terminei um primeiro. Isso acontece, sobretudo, quando este primeiro é um RPG com muitas dezenas de horas de duração. Tenho que fazer isso porque às vezes me falta a paciência de avançar a história nesses jogos longos, então eu intercalo com outros de progressão mais rápida para desafogar meu backlog. Só que no caso de Divinity: Original Sin eu já percebi que estou começando coisas, não apenas jogos, apenas para evitá-lo. Tanto que cheguei ao ponto de pegar um RPG dungeon crawler de mais de 30 anos que tem um ritmo de jogo próximo do glacial.

E sabem onde eu parei em Divinity: Original Sin? Naquela praia onde você enfrenta um grupo de orcs!

Ok, acho que essa informação não faz qualquer sentido para quem não jogou!

Explicando para quem não conhece: essa é a SEGUNDA luta do jogo. Se você pular a dungeon inicial, claro. Mas só fãs do jogo se importariam em corrigir isso e a opinião deles não importa! Quase um mês com Divinity instalado no meu computador e eu estou parado ainda no comecinho dele. Para ser franco, eu já cheguei até a primeira cidade – o que não é grandes coisas – porém resolvi reiniciar tudo para escolher outras classes pros meus personagens. Desde então tô lá, naquela maldita praia, olhando para os malditos orcs e não avançando no maldito jogo.

Isso tem me incomodado porque não tem nada que particularmente me desagrade em Divinity: Original Sin para que eu não queira jogá-lo. Esse primeiro mês até jogo de navinha eu zerei e minha coordenação motora é triste. Me conhecendo, eu tenho muito mais motivos para não querer jogar o um dungeon crawler do que um CRPG baseado em turnos. Porém, para minha surpresa Digital Devil Story: Megami Tensei é o jogo que mais investi tempo, sendo que o Divinity eu acho que eu nem mesmo liguei há mais de duas semanas.

Enquanto eu tentava pensar num motivo para tal, eu acabei listando mentalmente outros RPGs ocidentais que eu tive contato no passado. Provavelmente tem alguns outros títulos, mas os que eu consegui me lembrar foram:

  • Drakensang: The Dark Eye & The River of Time;
  • Fallout 3 & 4;
  • A trilogia Risen;
  • The Witcher 1 & 3;
  • The Elder Scrolls V: Skyrim;
  • Titan Quest;
  • Diablo;
  • Grim Dawn;
  • Dragon Quest: Inquisition;
  • Kingdoms of Amalur: Reckoning;
  • Mass Effect;
  • Legend of Grimrock;
  • Fable;
  • The Lord of the Rings: War in the North;
  • The Bard’s Tale (2004);
  • Deus Ex: Human Revolution & Mankind Divided.

Caso não tenha ficado claro, os nomes marcados de verde são os que eu zerei e os vermelhos os que abandonei. Dá para perceber duas coisas: eu não joguei muitos RPGs ocidentais na minha vida e eu abandonei praticamente metade deles. Também tem alguns jogos de RPG Maker que tecnicamente são ocidentais como a trilogia de Legion Saga, Heart and Soul e Ahriman’s Prophecy. Contudo, com exceção de Ahriman’s Prophecy, a maioria dos que eu joguei parecem muito mais com RPGs japoneses do que com RPGs ocidentais. Isso me levou a pensar em outra coisa, então agora vamos ver por quais JRPGs eu me aventurei:

  • Ys I & II Chronicles, III: Wanderers from Ys, The Oath in Felghana, Memories of Celceta, VI: The Ark of Napishtim, Seven & Origin;
  • Final Fantasy I-VII & Final Fantasy XII;
  • Dragon Quest I-VI & Torneko’s Great Adventure;
  • Breath of Fire I-III;
  • Phantasy Star I-IV;
  • Sweet Home;
  • Mother I-III;
  • Chrono Trigger;
  • Tales of Phantasia & of the Abyss;
  • Xenogears;
  • Legend of Legaia;
  • Parasite Eve I & II;
  • Pokémon Red, Blue & Yellow, Gold, Silver & Crystal, Ruby & Sapphire, Mystery Dungeon: Blue Rescue Team & Red Rescue Team;
  • Digimon World 1, 2 & DS;
  • Radiant Historia;
  • Secret, Trials & Legend of Mana;
  • Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars, Paper Mario & Mario & Luigi: Superstar Saga;
  • Shining Force I & II, Shining in the Darkness & Shining the Holy Ark;
  • Golden Sun I & II;
  • Kingdom Hearts I, II & Chain of Memories;
  • Vagrant Story.

Novamente, tem outros mas esses são os que consegui me lembrar agora e a diferença é notável. Não só joguei muito mais JRPGs do que RPGs ocidentais como também zerei a maioria deles. Enquanto eu escrevia essa linha lembrei que faltou incluir a trilogia Dark Souls e uns Castlevania no pacote também. Existem franquias praticamente inteiras de JRPGs que eu joguei até o fim enquanto os RPGs ocidentais eu abandonei na metade. Alguns até mesmo no começo. E o que me incomoda é o que eu já falei sobre Divinity: eu não consigo apontar o porquê!!!

Tô começando a suspeitar que de alguma forma eu tenho algum desprezo por RPGs ocidentais. Tá, talvez desprezo seja uma palavra forte demais. Até porque Drakensang: The River of Timem The Witcher 3 e Grim Dawn estão entre meus jogos favoritos da vida. Eu nem gosto do gênero de cyberpunk e mesmo assim eu adorei os dois Deus Ex que joguei.

O problema é que no caso daqueles que eu abandonei não foi necessariamente porque eu não curti a gameplay. Foi o caso de Legend of Grimrock porque são poucos os dungeon crawlers que conseguem me capturar. Igual Shining the Holy Ark que é uma rara exceção. Agora, por exemplo, Dragon Age: Inquisition eu estava curtindo muito, mas aí simplesmente parei. Não é que eu comecei a jogar outra coisas na época e acabei largando dele. Isso acontecia com relativa frequência. Eu apenas abandonei o jogo de uma hora para a outra.

O mais estranho é pensar em alguns jogos que eu NÃO larguei. Na lista dos JRPGs está Final Fantasy I e quem me acompanhou na época sabe que eu detestei cada minutos. Até hoje eu sinto raiva desse jogo. Porém eu o zerei! Agora com Divinity: Original Sin, um jogo que eu não tenho nada contra até o momento, não me causou qualquer raiva e até tenho curiosidade de conhecer mais do seu universo, eu não consigo passar nem da desgraça da primeira cidade.

Não faz o menor sentido isso e agora eu quero zerar essa porra nem que seja apanhando. Talvez ao fim dele eu consiga entender melhor qual é esse problema que eu tenho com os RPGs ocidentais. Mas mesmo que eu não entende, pelo menos vai dar para fazer outro texto com título clickbait. Não que esse aqui tenha sido um clickbait, né? Nem tenho essa mania!


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2 thoughts on “Talvez eu tenha desprezo por RPGs ocidentais”
  1. Consegui me identificar bastante, estou com diversos RPGs para finalizar mas tenho um total de zero progresso (inclusive ‘Divinity: Original Sin 2’ kkkkkk), no momento tenho forçado a me aventurar no Skyrim que nunca zerei desde o lançamento. Ademais, excelente texto! Adoro acompanhar seus textos, suas opiniões, etc. Sucesso!

    1. Me permita uma aliteração: grato, Gatto! Pior que só acontece com RPG ocidental. Eu tô avançando glacialmente em Megami Tensei, mas pelo menos eu ainda abro e jogo. Divinity eu nem olho pro atalho na minha área de trabalho. Mas força aí no Skyrim, um dia eu tento também!

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